segunda-feira, 26 de abril de 2010

E já são quase cinco horas da tarde...


Já me senti feliz ao acordar cedo, entusiasmada para fazer algo novo. Às vezes com medo do que o dia me trará.
Já passei manhãs estudando com minhas amigas e escrevendo bilhetinhos em papéis que mais tarde eu guardei em minha caixinha de lembranças.
Já busquei olhares interessantes em multidões enquanto o sol castigava minha cabeça e às vezes meus olhos.
Já disse que amava alguém durante uma tarde em um e-mail improvisado e cheio de sentimentos, mas tão vazio de palavras... Já recebi um “eu te amo” de ‘recompensa’ e passei o resto da tarde chorando em meu quarto.
Já observei um final do entardecer com pessoas queridas debatendo razões da vida enquanto o céu, tingido de laranja, ria de nós.
Já sonhei acordada enquanto via as ruas da minha cidade no começo da noite. Como eu gosto da minha cidade quando anoitece!
Eu já vi um céu lotado de estrelas, já desejei que alguém especial estivesse olhando para o céu no mesmo momento que eu.
Já fui dormir com meu corpo feliz, mas também já escondi os soluços de choro no meu travesseiro.Já acordei diversas vezes no meio da madrugada sentindo que algo estava faltando e só lembrando o que era depois de uns três segundos e em seguida tentei dormir novamente.
Já tive medo da morte enquanto tentava dormir.
Já tive medo da vida enquanto acordava.
E eu nunca sei terminar com dignidade nada que eu escrevo, nada nunca mudou.


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Tika Ripper 


**Ouvindo Death Cab for Cutie **

sexta-feira, 23 de abril de 2010

Sobre Alice.




Nossa realidade e nossas interpretações.

Não sou boa em desvendar mensagens em estórias (principalmente da Disney), mais desde que eu tinha uns 9 anos e já sabia ler muito bem, ganhei um livro desses com várias estórias da Disney, tinha todas, desde Pocahontas a Bela e a Fera- uma das minhas preferidas. E eu lembro que eu nunca gostava de ler Alice no País das Maravilhas, nunca entendia muito bem qualé a mensagem de toda a coisa.

Depois de um tempo, eu comecei a sacar as coisas, saquei os meninos, o coração batendo descompassado quando o garoto bacana entrava na sala, as notas vermelhas na escola, os beijos, os nãos, o sofrimento, a alegria e depois o ódio. E foi nesse tempo, nessa descoberta, que eu realmente entendi Alice no País das Maravilhas- e desde então, o nome da minha filha,se um dia eu tiver uma, será Alice. E as personagens de algumas estórias minhas são Alice-, Alice é sobre a adolescência- e depois de um tempo, quando eu sabia o que era internet e Google, eu pesquisei sobre isso e descobri que Alice é o que passamos na adolescência- , sobre os altos e baixos da vida, sobre escolhas, entendem?

Alice corre atrás do Coelho Branco, sempre tão pontual e impecável. Eu me questiono se na vida real corremos atrás do tempo, ou ele é quem corre atrás de nós, para tentar ajustar os ponteiros de nossas dúvidas,encontros,burradas, alegrias diárias. Ou se somos nós que o perseguimos para consertar algo ou apenas viver mais, buscando mais intensidade, mais aventura nas coisas mais mínimas de nossas vidas. Assim como Alice que persegue o Coelho e acaba no País das Maravilhas, onde ela começa seus altos e baixos, como na adolescência, a entrada súbita, algo inesperado, uma fase que acabamos lutando para finalizar, Alice encontra sua missão, seu destino, como nós aqui em cima, no mundo da realidade que enfrentamos cair em diversos buracos pra tentar achar alguma maravilha.

Absolem, a lagarta azul, a sábia. Como aquela(e) amiga(o) que recorremos quando as coisas ficam pra lá de feias, quando precisamos de algo como uma visão, palavras do que fazer no futuro, os melhores conselhos regados de bebida e nostalgia.


O chá que nunca acaba, a rotina que nos deixamos cair, esperando por algo que nos livre de tanto monotonia, descobrir o sentido nas coisas que parecem tão sem sentido às vezes. Não saber quem somos, confrontar-se no espelho com o cabelo sem pentear, camiseta do Pink Floyd e gritar pro seu reflexo “quem é você e que porra cê ta fazendo?”.

E enfim, quando descobri todas essas coisas e fiz relação com minha problemática adolescência eu contei tudo pra minha mãe, que me olhou horrorizada e perguntou se eu estava sofrendo tanto de amor assim por alguém. E eu disse que não, que sofrimento é coisa passageira, e que amor é cheio de altos e baixos, assim como a relação de Alice com o Chapeleiro Maluco- e isso aqui pode soar pra lá de nojentinho, mais eu sempre achei o Chapeleiro um puta pretendente, nunca o imaginei velho como nas ilustrações e agora, vendo o cara ser interpretado pelo Johnny Depp com olhos pra lá de verdes é pra fazer qualquer idiota sorrir banguela -, ora Alice está alto demais para o Chapeleiro, ora está baixa demais. E talvez vocês digam que a relação é apenas de amigos, e eu até acredito nisso, porque até amigos vivem em montanhas russas, enfrentando diversas coisas chatas e alegres, desencontros e encontros.

E quando somos jovens demais- como eu nesse dia 21 de abril- tudo parece ser muito alto e baixo demais,incrivelmente perto e longe ao mesmo tempo, todas nossas relações amorosas enfrentam turbulências e vôos calmos, onde não encontramos nenhuma garota(o) roubando quem amamos, nenhuma aeromoça está balançando os braços freneticamente e tudo parece tranqüilo mais de uma ora pra outra entramos numa nuvem e tudo meio que fode, saca?

A juventude é um campo de batalha, um jogo de xadrez, uma partida de baralho, um raciocínio constante como num cubo mágico.

O que eu quero dizer é que nossa vida, nossa juventude pode ser não ser lá um país das maravilhas com Chapeleiros Malucos com olhos freneticamente verdes e gatos fofos com nomes de cidade, mais um dia, um tropeço, um palavra dita mais alto, uma canção, um esbarrão podem nos levar ao tal país das maravilhas. E aviso desde já, que o país das maravilhas têm lá suas crises, assim como na vida real, onde nada é perfeito, e nos ferramos bastante pra conquistar alguma coisa, mais não custa tentar...e se mesmo tentando não der certo, nós nos permitimos raxar o bico depois.

Assim como Alice que pode ser uma estória interpretada de diversas maneiras, nossa vida também pode ser assim. Alguns podem me ver pela rua e pensar que eu tenho namorado e fumo, outros que não namoro e bebo muito, outros que sou antipática mais beijo bem...eu posso encontrar você pela rua e imaginar o que você pode estar pensando enquanto olha para o nada, o que você sente quando coloca as mãos nos bolsos da calça, o que você escuta nos fones de ouvido, eu posso imaginar toda a sua vida só olhando pra você, posso te interpretar da maneira que eu quiser, eu moldo, crio e exibo a mim mesma aqui dentro, na minha galeria de pensamentos.

A vida serve pra isso, ser retrata, interpretada da maneira que quisermos, assim, como Alice no País das Maravilhas que pode ser interpretada da maneira que cada um quiser, pode ter a moral que cada um quiser. Qualquer conto, estória fictícia- desde as com vampiros a Jesus casado com Madalena- carrega um “quê” de real, pois cada um tem o direito de ter a realidade que quiser.

Ou seja, o que eu quero dizer realmente, é que acreditar em livros, em contos, estórias fictícias e em garotas chamadas Alice caindo em buracos enquanto seguem um coelho branco é algo muito válido, pois no final, essa “ficção” toda que vemos em bibliotecas, estantes, quartos e salas carregam a realidade do mundo, carregam você, eu, meus pais, seus pais, o meu porteiro, o seu melhor amigo, seu cantor preferido. Carregam nossa vidas com a realidade que quisermos.



Stay Beautiful.
-Today how color are better for u?

p.s. da narradora:
tô gripada mais estou viva. sou brasileira e desisto sim, às vezes. eu tenho um namorado, eu fumo, sou antipática, bebo muito, beijo bem e não tenho um namorado,e não fumo,e não sou antipática, e não bebo muito. ainda penso numa realidade pra mim.

ouvindo crocodile’s clock_bob’s song/música/the ribbon/homem de lata

PriiiG

quinta-feira, 8 de abril de 2010

É um cuidar que se ganha em se perder...

É querer estar preso por vontade
É servir a quem vence o vencedor,
É ter com quem nos mata lealdade.

(Camões)



O amor é realmente grande como nenhum outro sentimento. Você percebe isso quando diz ‘eu te amo’ sem esperar nada em troca, sem esperar um ‘eu também te amo’. É só que de repente você se dá conta de que essa sensação está tão grande dentro de você que não há nada demais dividi-la e deixar a pessoa amada saber que é amada.
Eu me enchi de coragem e finalmente disse a ele que o amava que ele é especial pra mim, que não importa se ele não corresponde porque ele tem alguém no mundo que o ama pelo que ele é.
Dizer a alguém esse tipo de coisa é atípico meu porque eu vejo muitas pessoas que dizem “eu te amo” o tempo todo não sentindo nunca o que significa dizer isso a alguém. Elas classificam tudo como amor e banalizam uma palavra que deveria ser reverenciada e usada com extremo cuidado. Eu não sou assim.
Algumas pessoas me acham tão boba ao dizer isso “Ah como é jovem, nem sabe o que é o amor.” E eu sinto vontade de gritar que eu sei sim, que eu não sou imprudente! Existe dentro de mim um coração “novo” que ama alguém de verdade. Ser jovem não é sinônimo de inconsciência, imprudência e estupidez. Talvez mais pra frente eu diga novamente essas três palavrinhas, mas nunca será com o mesmo sentimento que eu carrego hoje.
Desculpem-me por ter dezoito anos e alguns meses, desculpem-me se eu sou inexperiente, desculpem-me por amar e dizer isso cheia de medo e insegurança e desculpem-me por dar a cara a tapa sentindo pela primeira vez o que é amar alguém e o que é se declarar a alguém.


Depois de muito tempo sem conseguir escrever e consequentemente sem postar nada aqui, eu voltei. Estava com saudade *.*
**Ouvindo The Cure: Just like heaven**

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Tika Ripper