quinta-feira, 28 de julho de 2011

What Ever Happened?




Hoje foi um daqueles dias que ouvi The Strokes pra calar os gritos de toda a São Paulo, aqueles dias ruins em que como protesto prendo os cabelos num coque e trabalho sem um pingo de maquiagem.

Tenho andado cansada demais até pra tentar sair, na verdade, não tenho aonde ir... Como se todo lugar me fizesse lembrar algo que tento deixar lá escondido, camuflado entre meus sete sorrisos. Então, eu saio do trabalho e corro pra casa, me escondendo entre um gole de cerveja e risadas, porque apesar de tudo, estou feliz.

‘Mas você parece que atrai esse tipo de coisa’, apontaram pra mim isso hoje. Eu atraio. É sina. E tem acontecido muita coisa em tão pouco tempo, muita informação, muitas músicas novas, muitas despedidas, muitos copos de cerveja, muitas risadas e muita solidão aos domingos chuvosos lá pelas quatro da tarde.

É quando no meio de tudo isso, de todos os meus últimos romances da noite, eu aposto todas as fichas, moedas, cartões de debito e kit kat’s na bonita ideia de que ‘dessa vez vai dar certo’. Mas não dá. E ai eu fico triste por alguns minutos e volto a carregar a bandeira de que ‘amor não existe’, porque o espirito summer finn fala mais alto nessas horas.
Mas eu sei que ele existe, por mais que digam que eu não sei amar, que não sei deixar as coisas mornas e que só acredito nos romances que leio nos livros e vejo no cinema. Eu sei que o amor existe, é só que ele ainda não apareceu ainda por aqui no apartamento 22. Ou talvez tenha aparecido e eu ocupada pintando minhas unhas não percebi.

E ninguém entende essas coisas que andam acontecendo aqui dentro de mim, nem eu entendo e muito menos aquele amigo que me abraça no meio da av. paulista pra dizer que vai dar tudo certo.
E vai mesmo? Eu me pergunto todos os dias ao deitar sozinha na minha cama forrada com meus lençóis laranja de bolinhas coloridas. Porque às vezes, quando as coisas desabam, eu realmente acredito que o destino tá tirando uma com a minha cara, mas então eu penso que tudo está acontecendo por uma razão. Então, as coisas ficam do jeito que estão.

Nada de amores, porque não fui a premiada no bingo do amor dessa vez.



E não reclamo.
Vou reclamar por ter 19 anos, morar sozinha, ter um pôster do yellow submarine na parede do quarto, cerveja na geladeira quase todos os dias, avenida paulista como palco dos meus últimos romances e ser assim tão bem vinda quando invado a vida de pessoas x, faço uma bagunça e saio pela porta da frente usando um dos meus sete sorrisos como adeus?
Jamais.


(Mas um dia, eu grito lá do fundo ‘bingo’. Aprendo a falar ‘eu te amo’, escolho uma música só pra nós e invento um oitavo sorriso só pra você – você que está por algum lugar desse mundo).


Por ora, só estou querendo minha férias pra ver o mar, um novo porre, óculos escuros, cabelos ao vento e mais felicidade (se é que isso é possível).



p.s. da narradora:
porque por mais boba que seja a minha felicidade, eu tô sorrindo um, dois, três, sete sorrisos por dia.

@PriiiG

quarta-feira, 27 de julho de 2011

If only



- Você se importaria de ficar aqui hoje?
- Mas eu tenho que trabalhar amanhã.
- Eu sei disso. Mas você pode dormir aqui, seu trabalho nem é tão longe assim.
- Mas o transito de manhã vai acabar me atrasando.
- Não tem problema, eu te acordo mais cedo e faço o seu café.
- Você faz tanta questão assim?
- Na verdade faço sim.
- Você não sabe o problema que está causando me fazendo ficar.
- Que problema?
- Não é segredo nenhum o que sinto por você e de algum jeito isso ainda vai dar errado.
- Dessa parte pode deixar que eu cuido.
- Não acho justo com você.
- Já que você se importa tanto comigo então fica aqui hoje.


Ele pode ver nos olhos dela que não estava mentindo. A presença dele era realmente importante pra ela.
Sentou ao seu lado, coçou a cabeça, fechou a jaqueta e perguntou:
- Tudo bem, eu fico. O que você quer fazer hoje?
- Nada demais. Só quero ficar em casa.
- Tudo bem então. Fica ai, volto em meia hora.

Vinte e um minutos depois ele estava de volta com uma sacola. Ela estava na cozinha com um copo de café na mão sorrindo para ele.

- O que tem na sacola?
- Nosso entretenimento para essa noite.

- Meu entretenimento você quer dizer, porque você está com uma cara de sono terrível.
- Eu disse que ia ficar aqui hoje, então vou ficar acordado.
- Tudo bem então, deixa eu ver o que tem ai na sacola.

Parecia que ele tinha adivinhado, todos os 4 filmes favoritos dela estavam lá dentro.

- Isso pede uma comemoração. O que você quer comer?
- Você não sabe cozinhar. Só tem lasanha de microondas na geladeira.
- Eu sei disso. Era o que eu sugerir após você fazer seu pedido impossível de comida.
- Ok então, vou deixar essa parte com você, pode decidir.
- Maravilha. Que tal lasanha?
- Parece ótimo.

Comeram e conversaram por algum tempo e como era previsto ele adormeceu no sofá nos primeiros 40 minutos de filme.

O dia amanheceu e o sol bateu em seu rosto o acordando.
Ainda com a visão embaçada viu a TV ligada e ela sentada ao seu lado.

- Você já acordou?
- Na verdade não dormi.
- Ficou acordada todo esse tempo?
- Sim, assisti todos os filmes.
- Dormir é bom as vezes.
- Não quando você está perto.
- Por que?
- Dormir é perda de tempo.
- Você não deveria dizer essas coisas?
- Por que?
- Porque me dá vontade de não ir embora.
- Mas você tem que ir não é?
- Sim.
- Se eu te pedir em casamento você fica?
- Mas é o homem que tem que pedir a mulher em casamento.
- E como um homem pede uma mulher em casamento?
- Geralmente um simples: Quer casar comigo?
- QUERO!
- Deixa de ser boba.
- Fiz o seu café.

Eles tomaram o café da manhã, sem muita conversa pois ele estava atrasado.

- Você volta hoje?
- Não.
- E por que não?
- Porque isso não vai dar certo.
- Eu não me importo que dê errado.
- Mas eu sim. Se não for pra ficar com você pra sempre não quero ficar de jeito nenhum.
- Se você quer ficar comigo pra sempre poderia começar hoje.
- Eu não sei ser seu amigo e não posso ser nada além disso.
- Então acho que você vai ter que aprender a ser algo na minha vida, porque eu não vou deixar você ir.

Ele gostava demais dela para pedir que ela esperasse por ele, então ainda sem saber o que dizer e com a cabeça muito cheia se levantou para ir embora.

- Posso te acompanhar até o portão?
- Pra que?
- Só pra te dar um tchau descente.
- Acho que pode.

Já na porta do carro ela perguntou:
- Você vai voltar?

Ele não respondeu, apenas lhe abraçou e em meio a aquele abraço apertado ela sabia que ia esperar por ele o tempo que fosse.



@JessyMcLovin