quarta-feira, 4 de dezembro de 2013

Two Fingers


So I hold two fingers up to yesterday
Light a cigarette and smoke it all away
I got out, I got out, I'm alive and I'm here to stay




Fico me perguntando porque demoro tanto tempo pra escrever, sempre buscando alguma inspiração para transformar em palavras.
Mas por que algo que parece ser tão simples, na hora de colocar em pratica se torna uma verdadeira guerra?


Dá pra culpar a rotina?



Cough Syrup by Young the Giant on Grooveshark




Inspiração era uma coisa que costumava vir facilmente, mas os dias vão passando e você vai se entregando a eles, prometendo que no dia seguinte com certeza as coisas vão se resolver.

E assim passa uma semana... um mês... e você continua exatamente no mesmo lugar.

Os dias repetidos te dão a segurança de que no dia seguinte você terá tempo pra solucionar o que for necessário.
Eles dão a impressão de que o tempo não passa, mas quando você olha pra trás, nada mais estava onde você deixou e tudo mudou de algum jeito e se olhar atentamento, é capaz de achar alguns cabelos brancos.

Não existe formula para fugir da mudança, mas se tudo está em constante mudança, por que os dias são sempre os mesmos?
Dá pra culpar cada um de nós?

Somos culpados por nossas contas, nossa necessidade de ganhar dinheiro, nossa correria de querer estar em todos os lugares ao mesmo tempo. Corremos tanto que não sobra tempo para parar e pensar no que estamos fazendo.
A culpa sempre é da sociedade, mas quem é a sociedade?
Eu e você.

Nós corremos pra pegar o ônibus todos os dias no mesmo horário pra chegar no trabalho a tempo, pra passar a raiva costumeira de segunda a sexta (um momento de silencio pra quem passa essa raiva de segunda a segunda), pra ganhar dinheiro que provavelmente não vai ser suficiente, pra chegar em casa e mal ter tempo de dormir ou ficar com a família ou ler um livro. Livro esse que tentamos manter em dia, mesmo que seja em pé no ônibus/trem/metro enquanto seguramos a mochila porque alguém esbarrou nela e ao mesmo tempo ficamos procurando um lugar pra sentar porque o caminho é longo. Só eu acho que nascemos pra ser malabaristas?


De um dia para o outro todo mundo passou a não ter tempo, a correr por todos os lados, a estar sempre atrasado...
Mas para onde estamos indo? (Deixando de lado a mais cruel das verdades, por favor né? O texto é um tanto sério, mas se alguém falar de morte aqui a coisa vai ficar deselegante!)

O dia passa e o que fizemos dele? Provavelmente a mesma coisa de todos os outros que passaram e fico me perguntando onde a beleza dos dias foi parar?

Sei que ela não sumiu e que na verdade não está nem um pouco longe, só ficamos meio cegos.

Igual o tiozinho da novela, que está sendo envenenado aos poucos pela biscate e perdendo a visão.
A rotina é a biscate que nos envenena e nós somos o tiozinho boboca que acredita no charme dela e acredita que vai ficar tudo bem.

Eu que mal comecei a viver sinto saudade dos dias que passaram e me pergunto o que será daqui a frente, se a vida mal começou e já é tão difícil. Isso é parte do crescimento ou eu que estou indo pelo caminho errado?

Eu voto por dias vividos de verdade, sem pressa. 
Veja os detalhes e o faça ao lado de pessoas que mereçam estar lá.
Voto por dias com a saudosa inspiração, essa moça que demora pra visitar e não costuma ficar muito.
Voto por viver e não somente existir.

A correria não vai fugir de você, ela vai continuar esperando, no mesmo cantinho que você a deixar. Então nada de remorso na hora de virar as costas pra ela, nem que seja um pouquinho.


Jessy McLovin.


Ps.: Desculpa blog, acho que tudo isso escrito acima foi uma forma de justificar minha ausência, porque chega a ser quase imperdoável.
Ps.2: Obrigada a cada um de vocês que ainda continuam ai (:
Ps.3: Sim, eu assisto a novela. Não, eu não me orgulho disso.

segunda-feira, 20 de maio de 2013

In Between Days

No Hope by The Vaccines on GroovesharkTodos devem ter um dia em que acordam se sentindo perdidos. Perguntando o que será das horas seguintes ou de todos os outros dias que virão. Por que o dinheiro nunca é suficiente, por que aqueles planos de viagem nunca saem do papel, por que mesmo quando tudo dá certo o sentimento de insatisfação ainda existe? 

De segunda a sexta acordo no mesmo horário, vejo as mesmas pessoas, almoço no mesmo lugar, chego em casa, converso com a minha família e assim segue. É uma rotina tranquila, fácil de ser levada, algo até desejável quando os dias difíceis chegam, mas por que no fim do dia tudo continua parecendo errado?


Será que levar uma vida tranquila já não é o suficiente? 



Tenho amigos, um trabalho legal e uma boa família, alguns videogames que funcionam e jogos que ainda não fechei, uma caixa cheia de quadrinhos que ainda não li e uma estante de livros na mesma situação. 
Porém a vida um dia satisfatória deixou de cumprir o seu papel e simplesmente começou a fazer parte da zona de conforto, onde pijamas, junk food e filmes repetidos são um pró e ruas movimentas, ambientes fechados cheio de gente e musica alta um contra.  

Acho que chega um ponto na vida onde as coisas são boas como estão e mudar da trabalho demais. Você se depara com uma certa idade, onde mudanças, grandes decisões, rumos a serem tomados são exigências, mas o cumprimento das mesmas exige mais que o possível.

É impreterível que você faça dinheiro, tenha um carro, um lugar para dormir, pessoas para ver, nenhum horário livre durante o dia e seja feliz. 
Mas é possível ser feliz mesmo quando o certo parece errado? 

Assistir filmes demais faz você se sentir culpado pela vida que leva e por as coisas não estarem nos lugares certo. Te faz sentir que ter uma vida insatisfatória não é um pecado e sim uma ocasionalidade. 
Não tem problema sentir inveja daquela amiga que foi morar em outro país, não ter um diploma antes dos 25 anos não vai destruir a sua vida, deixar seus pais tristes as vezes faz parte, não sair com aqueles amigos todos os dias não vai te deixar ainda mais incompleto e ficar sozinho não é sinônimo de solidão.
Porém o letreiro piscante vai continuar lá gritando com suas luzes bonitas que tem alguma coisa errada. 
Ai você começa a esperar que a ocasionalidade te coloque na direção certa pois você está perdido há tempo demais e começa a se perguntar se esse dia realmente ira chegar.

Ainda quando criança eu vivia na certeza de que quando crescemos todas as perguntas são respondidas e a única duvida seria qual filme alugar no final de semana, mas agora, com as pessoas que convivo percebo de quanto mais o tempo passa, mais perguntas surgem e a falta de respostas só acumula, a insegurança dificilmente vai embora e a vida vira uma sequência de erros onde é mais fácil acertar na mega do que saber o que fazer daquele ponto em diante.

Será que se sentir perdido não tem faixa etária pra acabar ou só dei a sorte de conviver com as pessoas mais perdidas do mundo?

Acho que essa é só mais uma pergunta pra entrar na lista das sem respostas. 

Então você só espera acertar, porque no meio de tantos erros haverá um acerto, assim como aquela agulha que embora perdida não perde a esperança de ser achada no palheiro. 


E de novo é só segunda-feira

Au revoir

Jessy McLovin

segunda-feira, 11 de março de 2013

Banana Pancakes

Be OK by Ingrid Michaelson on Grooveshark
Through this messy life I made for myself, 
heaven knows I need a little hope for a better day




Acho que sempre quis coisas demais na vida.

Queria ser mais corajosa e saber agir quando a situação pede. Agir como tinha planejado na minha cabeça, mas na hora sai tudo ao contrário. 
Queria comprar uma passagem só de ida.
Queria ser menos chata com as pessoas legais e menos legal com as pessoas chatas. 
Queria saber mostrar o valor que as pessoas tem pra mim sem sempre parecer tão torta. 
Queria ter menos raiva das segundas-feiras e nem sempre sentir tanto sono. 
Queria saber andar de bicicleta ou pelo menos saber assoviar. 
Queria não ter medo de palhaços, bonecas e do escuro. E queria conseguir atravessar avenidas movimentadas sem precisar segurar a mão de alguém. Porque sim, eu faço isso. 

Queria morar em uma casa com janelas grandes e uma sacada onde pudesse colocar minhas plantas. A Quitéria e a Clementine, porque todo mundo sabe que as plantas gostam de ter nome. 
Queria ter mais dinheiro pra gastar com discos e quadrinhos e queria não me sentir tão criança por gostar tanto de Batman.
Queria mais tempo pra jogar videogame e passar aquela fase ridícula que estou presa a dias. 

Queria gostar de café, talvez assim fosse mais fácil acordar todas as manhãs.
E falando em manhãs, queria mais dias frios de céu azul, sol forte, sem nuvens e o vento gelado. Daqueles que deixam a ponta do nariz vermelha. Mas pra se ter o Outono somos obrigados a aguentar as outras 3 estações. 

Queria tocar baixo como se fosse a coisa mais fácil do mundo ou talvez só aprender a administrar meu tempo. 
Queria ter menos tatuagens e ao mesmo tempo queria ter mais.

Queria ser menos infantil e saber a hora certa de fazer piada. Entender que não é só porque tudo esta errado que sou obrigada a transformar a vida numa festa, jogando um tapete gigante em cima de tudo.
Queria saber lidar tão bem com os meus problemas como lido com o dos outros. 

Queria cafés da manhã com suco e torradas ouvindo Jack Johnson e não só uma maquiagem borrada, uma roupa amassada e um café tomado as pressas que queima a boca porque sempre acordo atrasada. 

Queria abrir minha janela e não ver um prédio cobrindo minha vista. 
Queria que não entrasse água no meu tênis quando chove.
Queria comer menos doce e ser menos ansiosa. 

Queria ter paciência pra esperar as coisas acontecerem e não sair correndo como se não houvesse amanhã.
Queria ouvir menos músicas tristes que estragam o meu dia. Mas todo mundo sabe que isso não dá pra evitar e ouvir Jet no repeat é muito normal em uma segunda-feira de manhã. 

Queria escrever bonito igual ao Johnny Cash ou pelo menos saber como walk the line. 

Queria gostar do meu emprego e saber que stress não se leva pra casa. 
Queria usar menos redes sociais e ler todos os livros que estão pegando poeira na minha estante. 

Queria que minhas tentativas dessem mais certo ou aprender a lidar melhor com a frustração. 
Queria um pouco mais de sossego e que parasse de surgir problemas que não peço pra ter. 

Queria não ter a idade mental 2x maior do que a que mostra no RG ou pelo menos exteriorizar o que penso da forma correta e não simplesmente agir como uma pessoa de oitava série, porque isso é o oposto do que se passa na cachola. 

Mas as vezes queria ter 10 anos de novo e acordar cedo, sentar no sofá ainda com sono, de pijama e assistir desenhos. Porque só Deus sabe a falta que isso me faz.

Enfim, queria que a vida fosse do jeito que eu quero, mas todo mundo sabe que não é assim que funciona. 
Então só peço pra vida (que não costuma me ouvir) que em meio a tantos erros, ela me dê pelo menos um acerto, porque pelo menos assim saberei que estou no caminho certo, mesmo torto do jeito que está.

E é só segunda-feira. 

Au revoir
Jessy McLovin






Em homenagem ao comentário da Veri 

terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

Cabelo a prova de balas

Não existe tratamento, creme, chapinha ou milagre que salve um cabelo da frustração.

Tenho certeza que não sou o único ser humano por aqui que desconta no cabelo frustrações da vida.
- Levei um pé na bunda: Bora fazer umas luzes pra superar com classe.
- Perdi o emprego: Bora fazer um corte novo pra dar sorte e começar a vida de novo.
- Conheci um cara legal: Bora mudar a cor em nome da nova fase.
- É segunda-feira: Que tédio! Bora cortar a franja!

O cabelo é na real o melhor psicologo que temos, ele esta pronto pra receber sem reclamações todos os seus problemas.

Temo pelo dia em que terei que usar uma peruca de tanta frustração que jogo em cima do coitado do meu cabelo, que nunca fez nada pra mim.
Ele já foi roxo, ruivo, loiro, muito comprido, muito curto. Já foi meio verde, um pouco azul. Vermelho, rosa... E não... Não passo nem perto de ser uma Ramona Flowers.

Não é uma questão de futilidade ou a simples e pura falta do que fazer (mentira, as vezes é só isso mesmo), mas se olhar no espelho e se ver diferente dá a impressão de poder começar de novo.
Temos essa opção todos os dias de nossas vidas, mas fazer isso com um visual novo da um empurrão mais que necessário.

Você pode comprar roupas novas, sair com pessoas diferentes, andar em lugares diferentes, mas se o cabelo estiver igual... Desculpe, mas você não completou 100% da nova fase pra chegar até o mestre.


As vezes falta algo lá dentro de nós, mas é só a falta do novo, a falta do tentar, a vontade de arriscar (sem saber se o resultado vai ser ou não positivo). Ele é só nosso cabelo, só a nossa armadura exposta para quem quiser ver, mas no fundo é ele quem nos ensina que erros podem acontecer, mas um novo dia virá para novas tentativas.

Um dia a gente acaba acertando e se a coisa ficar muito ruim é só investir em uns cremes.




Texto por @JessyMcLovin e Carolina Bizzi
P.S. da autora: Sim! Estamos de volta! ( e pedir mil desculpas pela demora ajuda ??!?)