segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Just Norah

So take the photographs 
and still frames in your mind  



Sinto falta do seu jeito torto quando queria omitir algum fato ou quando me dava 50 apelidos diferentes por dia e sinto falta de como você ficava bobo quando eu dizia alguma coisa que soasse nerd.


Sinto falta de rir quando você ficava bêbado de café e eu me aproveitava pra perguntar todas as coisas que você normalmente não responderia e sinto falta das suas dicas de filme. Eu sempre dizia que ia assistir mas acabava esquecendo. E quando você me perguntava o que eu tinha achado eu só ficava vermelha e mudava de assunto. 
Sinto falta da sua amizade sem interesse e dos seus desenhos esquisitos que eu sempre gostei. 


Sinto falta de presentes pelo correio e de nós dois fazendo inveja um para o outro com camisetas nerds. Consigo até sentir falta da preocupação que tinha nos dias em que você não estava bem e conversávamos pra você tentar esquecer os problemas.  


Talvez eu sinta falta só de conversar com você e mostrar aquele dvd novo que comprei. Ouvir musicas bonitas e cantarolar no dia seguinte por todas as horas do dia. 
Ouvir a música daquele filme que você me passou um dia e descobrir que ela se tornou uma das minhas favoritas no instante em que apertei o play pela primeira vez e agora não consigo mais ouvi-la porque ela me lembra você. 


Sinto falta da sintonia sem esforço.


Partilhar o amor por aquele diretor lunático que adora sangue e ler livros de autores com um péssimo gosto por bigodes. 
Sinto falta de fazer planos bobos como um dia no parque ou só jogar vídeo game. 
Sabe... eu ainda tenho aquele poster na minha parede, nos dias de sol quando abro a janela a luz logo bate nele. 


Sinto falta de quando você lia minhas palavras, pois agora elas só são rascunhos de conversas que não acontecem mais. 




 - @JessyMcLovin

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

A ele

Esse é um texto pra lá de especial. Ele foi feito pela Mari Gondim, que é uma das primeiras leitoras do blog e a que mais se fez presente até hoje. Até se tornou amiga.
Então ter as palavras dela aqui é mais que importante, é necessário.
Espero que gostem my good fellas.
@JessyMcLovin





Bom dia, passarinho.


Quando você encontrar esta carta eu provavelmente já estarei muito longe. Clichê, não? Muito. É que eu vi um romance pra lá de açucarado na TV, deve ser por isso.

Ontem à noite, quando você me perguntou qual o motivo da minha angústia, só me veio a seguinte resposta: medo de te perder. Talvez eu apenas tenha me acostumado a ver sempre o fim do amor, talvez... Acontece que eu tenho te olhado dormir e achado isso a coisa mais linda do mundo. Tenho lembrado de ti quando escuto aquela música bonita, na viagem até a faculdade.  Tenho cozinhado! Veja só, que absurdo! Logo eu, que nunca soube preparar nem mesmo macarrão instantâneo! Eu tenho medo, passarinho! Eu morro de medo. Eu vejo você tão independente, tão dono de si, tão maduro. E eu, o que sou? Uma estudante boba que ainda acredita que pode mudar o mundo.

Você me ensinou a tocar violão, meditar, dançar, beber. Sentiu ciúmes quando eu abracei aquele amigo que você não conhecia. Pior ainda: sentiu ciúmes e agiu como adulto. Lembrando bem, você nem me disse nada, eu só percebi porque alugou Bastardo Inglórios e assistiu sozinho, nem me avisou. Eu fiquei com tanta raiva! Mas foi assim que você me mostrou que eu posso ser interessante e que os homens reparam em mim.


Eu te admiro tanto. Talvez este seja o problema da nossa relação, eu te acho imbatível. Não é que eu não te ame, é só que eu te amo demais. Eu nunca disse isso, não é? Nunca. Pensei que fosse te assustar, e veja só, eu é que fiquei apavorada. É, eu sou maluca. Na verdade, foi por isso que você se apaixonou por mim. Eu já ouvi a história um milhão de vezes: era terça-feira, você tinha acabado de aplicar uma prova na turma de História e foi até a cantina almoçar, quando viu uma moça de vestido floral comprando dez coxinhas de frango. ‘Dez coxinhas de frango? – pensou – Como essa magrela consegue?’ – Foi quando resolveu me seguir até o estacionamento (aqui eu digo: você também é doido) e me viu distribuir os salgados entre os cães vira-latas que rondavam o lugar. Desde aquele dia, não conseguiu mais parar de pensar em mim. Descobriu meu telefone com o bibliotecário (safado!) e me ligou dois dias depois. Eu nem sabia quem você era, mas aceitei o convite pra ir até a livraria no centro (e aqui eu digo: somos muito, muito doidos). Bendita livraria! Nunca mais nos largamos... até hoje.

Sabe, todos os dias pela manhã, quando você sai para trabalhar e o Allen sobe na cama, me olha com aqueles olhinhos miúdos e se enfia debaixo dos lençóis, eu penso que a nossa vida juntos tem se baseado nele de uns temos pra cá. Eu nem gostava de gatos, meu bem, eu queria um cachorro! Engraçado... Hoje, eu não trocaria o Allen por cão nenhum neste mundo. Falando nisso, eu já comprei a ração dele, mas não tive tempo de colocar no pote, deixei esta tarefa pra você.


E já que passamos aos avisos, eu queimei a sua camisa do Marx (foi sem querer!), comprei sorvete pra te abastecer durante uma semana e aluguei algumas comédias baratas pra você de distrair um pouco. Espero que não soe prepotente, mas eu sei que você vai chorar, então também comprei algumas caixas de lenços e guardei no armário do banheiro. Bem, acho que é só isso.

No mais, eu te amo. Eu te amo muito. Eu passaria o resto da minha vida com você, mas eu simplesmente me acho pequena demais, frágil demais, imatura demais. Você é o homem com quem eu tenho sonhado desde os meus doze anos. E é pra não te perder que eu te deixo.



'If I could, I would be there.'


Mari Gondim

sábado, 17 de setembro de 2011

Ensinando a mágoa a boiar

Fossa... O que é a fossa?

Fossa pra quem não sabe vem do dialeto aborígene: HAHA você se fodeu!

Só eu acho que devia existir uma pilula para cura da fossa?

Existem métodos para o tratamento da bendita. Beber até gorfar ou até fazer alguma besteira. Alugar filmes triste e/ou românticos e comer muita porcaria (estou falando de comida e não de pessoas). Mas sinceramente... isso resolve em que? Você só vai ganhar 3 coisas com isso: Ressaca, mais tristeza e quilos. Ou seja, você só vai ficar mais feia, gorda e deprimida. E ninguém quer isso não é verdade?

Todo mundo sabe que a fossa é um tanto quanto inevitável, porque a menos que você seja cego algumas coisas são impossível de não ver. Uma(s) foto(s), comentários em redes sociais e todos os seus derivados.
Aqui entre nós... redes sociais foi a maior maldição já lançada sobre a humanidade.


Minha adorada Bridget Jones já me preparou desde pequena a passar pela decepção com as ferramentas certas: Amigos, vinho e comida.
Então a odisseia começa: primeiro vem as memórias, logo em seguida o vinho.
Você bebe na intensão de matar as desgraçadas das lembranças, mas caramba, descobri que elas sabem nadar. Como pode isso? Nem eu sei nadar, mas elas sabem.

Até de tanto tentar você desiste e acaba batendo uma papo com elas. Da-se inicio a parte engraçada. Elas começam a contar como as coisas eram legais e tudo parecia certo. Ai vem a tristeza, você se pergunta porque aquilo acabou e tudo mais. (Considero essa a parte chata).

Depois disso as lembranças dão uma trégua e resolvem ficar bêbadas contigo. Então finalmente tudo fica bem e você (se tiver sorte) acaba se esquecendo do porque começou a beber.
Até que começa a sessão musical: play back, coreográfica, tentativas falhas de tocar a música em algum instrumento e por ai vai...
Só não vale música triste, essa parte só pode lá no começo.

Mas uma coisa é fato: Nada que você faça vai afogar as mágoas, o máximo que pode acontecer é você engordá-las que consequentemente vai deixa-las maior. Porque meus caros, decepção pode não matar, mas realmente engorda!!!
Então aproveite as etapas, elas são divertidas.



Só uma dica: Se você vai beber não fique com o celular por perto.
Stay sober (if you can)
@JessyMcLovin

sexta-feira, 9 de setembro de 2011

mi amiga




(ou pra você que está em seattle)



É engraçado como antes te contar os últimos acontecimentos dos meus dias, era algo tão banal de tão simples que era. A distância tem piorado tudo hoje em dia, os romances, o deslocamento entre cidades, menos nossa amizade e pode soar estranhamente piegas, mas é verdade. Te carrego todos os dias, por onde eu vá e por onde eu irei ainda. Simples assim, sua presença existe mesmo ausente, mesmo distante.

Sábado passado foi dia de irmos àquela nossa balada preferida no centro da cidade, e não é a mesma coisa sem você. Não só pela presença ausente ali, mas por saber que no outro dia, não tenho pra quem ligar pra contar sobre a noite e sobre a ressaca que me consome.
E tocou The Strokes e eu dancei. Mas dancei ainda mais, quando Young Folks começou a tocar e as luzes a dançar por todo meu corpo, porque cá entre nós, que o mundo se exploda, que as notícias da manhã acabem, junto com todo o resto, o que importa é a nossa conversa, ali, nossa amizade, ‘talking only me and you’. Que o mundo se exploda, permaneceremos juntas na pista de dança, um pouco tontas pelo absinto com soda e rindo de tudo e todos, porque somos espertas e sabemos que a vida é aqui e agora.
E digo mais, sabemos que somos melhores que as notícias da manhã.

Por essa razão, sinto sua falta. Porque sobra tanta falta no final de tudo. Falta você pra dormir aqui em casa, pra dar risada durante horas, pra ler o tarot virtual comigo, pra me obrigar a ficar mais de 20 minutos no telefone. Falta colo pra chorar por homens, filmes e vida dura, copos pra encher, faltam sorrisos, fotos, roupas bonitas e garotas fingindo serem americanas em pleno viaduto do chá.

Porque esses dias nem a música alta nos meus fones de ouvido abafaram a vontade de falar contigo, te encher o saco falando alto ou apenas passar um tempo sem rumo em algum parque chato da cidade. Senti falta do seu medo de árvores, seu irmão imaginário que usa bermuda bege, de faltar em quase todas suas festas de aniversário, do grito pedindo ‘the strokes’ em todos os lugares, dos dias longe de casa pra ficar o tempo todo fazendo porra nenhuma com você, porque aquela era a vida que tínhamos escolhido, assim como nossas franjas, nossos all star fodidos e calças skinnys.

Já disse uma vez isso pra você e hoje preciso repetir que sempre te achei uma pessoa transparente, pessoa que encosta a cabeça bem de leve no nosso ombro nas tempestades. Daí, tudo se transforma, como se essa tua transparência nos invadisse com centenas de cores, e a tempestade vai passando e já é tempo de cantar pela rua novamente. Eu sinto falta dessa tua essência, desse teu jeito tão bonito de ouvir, aconselhar, brigar e rir.


É totalmente estranho pra mim pensar que fazem dois meses que não te vejo e, que por alguma ironia do destino era o final de semana do dia dos namorados (foda-se. nosso instinto de solteiras sempre fala mais alto)e, eu chorava pedindo pra você não ir. Mas no fundo, você tinha que ir, você tinha que crescer (e em parte, me deixar crescer sem você)... mas essa velocidade das coisas me assusta um pouco.

Tenho tido medo de muitas coisas, medo de chorar sozinha, de me envolver e de desafinar debaixo do chuveiro. E você, você nunca teve medo de nada, você sempre soube rir e chorar quando preciso, sempre teve coragem necessária pra lidar com as lágrimas que quase nunca caiam.

No meu mundo ideal, você não teria ido morar um tempo com os gringos, você teria ficado aqui e todo dia seria sábado, porque sábado é dia de beber e ir praquela balada nossa. Todos os dias seriam ensolarados, todo dia seria dia de cerveja, de suco de abacaxi e desejos pra comer pães de queijo. Ouvir The Strokes, ir pra Augusta e encontrar os caras daquela banda gaúcha que tanto gostamos, gastar dinheiro com besteiras, tirar fotos das costas dos nossos homens mais bonitos (porque o segrego é manter o mistério), rir no metrô por qualquer bobagem e acabar perdendo a estação. E ficaríamos todos os dias vivendo um sábado, fazendo um sábado melhor que o outro (e até arrumaríamos um tempo pra ver 'once', o filme que mais nos encantou nos últimos tempos)... mas sabe, minha melhor amiga, sempre gostamos mais da realidade, nunca desejamos a perfeição, nem na nossa vida, nossos relacionamentos, roupas... Então, por ora, basta saber que você está bem, que está fazendo uma porção de gente se contagiar com esse teu brilho, essa tua essência. E que você continua sorrindo e com certeza, cantando Strokes aos quatro cantos de Seattle.

Vá a lugares bonitos, beba e dance por mim. E volte.
Nossa vida, precisa de você pra seguir nos trilhos.

p.s. da narradora:
i've got a friend who helps me to get up again.
te amo (porque é sempre necessário)

por Priii.