terça-feira, 30 de março de 2010

quase que 18


dancing at discos, I got music, coming outta my hands and feet and kisses


Eu quero livros, os mais belos, os mais coloridos, os mais românticos, os mais engraçados e os mais tristes. Quero filmes, dos mais dramáticos, dos mais clássicos, quero rever “Sindicato dos Ladrões” sem nunca me cansar, quero rever todos os meus filmes.

Eu quero que meus amigos me tragam cores,livros e filmes. E muita, muita música.

Mais uma tatuagem. Mais um amor não resolvido. Mais e-mails,cartas, ligações atendidas e perdidas no celular, café, all star, cintura alta, cabelos pretos e bonitos.
Batom vermelho, unhas lixadas e pintadas, muito rímel e sombra preta.
Muitas noitadas, muitos shots de tequila, muita cerveja e rock n’ roll, muitas dancinhas feitas por mim e toda a legião de amigos meus.

Quero sorrisos, os mais belos sorrisos.

Quero mais tempo com a minha família, brincar de bonequinhas da internet com a minha prima, fazer traquinagem com todos meus primos, assistir filmes pela madrugada com meu tio, ouvir a voz da minha vó de manhã, meu pai do outro lado do telefone, minha mãe sempre jovem aos sábados.

Não quero restrições, nem brigas, nem aviões caindo. Quero melhorar meu inglês, aprender francês e deixar de ser um pouco míope. Quero a felicidade de todas as minhas pessoas; família, amigos, colegas, amigos distantes, vizinhos bonitos, professores, cobradores gentis e porteiros simpáticos.

Quero fotos, muitas fotos, coloridas, preto e branco, do passado e do presente e muitas do estilo “espontaneidade forjada”.Quero sorvete, taças de vinho. Quero mais dias ouvindo música deitada na cama, mais dias comprando coisas e construindo coisas, amizades.
Quero ir mais a praia e ao interior, quero muito mais tempo na urbanização, visitar parentes do outro estado, aroma de narguilé aos domingos com meu tio.

Quero mais tempo, bexigas, cd’s, fones de ouvido, anéis, brincadeiras, segredos, sacanagem, besteiras. Quero frio pra ficar horas e horas debaixo das cobertas. Quero mais tempo com James Dean e Marlon Brando. Quero conhecer rapazes que me lembrem eles. Nada de italianos. Dias atuando como tiete.

Quero dias de fossa, dias de loucuras, dias de expectativas e dias de realidade. Não quero diários, nem dores de cabeça e muito menos, atrasos. Aceito decepções amorosas (apenas amorosas, não aceito qualquer outro tipo de decepção), beijos roubados, beijos tímidos e beijos beijos.
Aceito pedidos de desculpas, aceito brigas, balas de goma e não, não aceito chocolates. Aceito paçoquinhas e segredos. Aceito reviravoltas.

Quero que me escrevam livros, estórias, histórias, poemas, cartões, recados, cartas, depoimentos, mensagens de texto. E se alguém, um dia, quiser escrever sobre mim eu aceito com um dos meus sorrisos.

Quero sentir saudade e matá-la com muita facilidade, lágrimas, momentos nostálgicos e neuróticos. Quero shows baratos, quero pagar meia entrada em tudo, quero andar mais de metrô e estudar algo bacana, minha cara.

Não quero ser popular, quero ver todos os filmes que quero ver no cinema, quero criticar, quero rir até meu estomago doer. Quero gritar, continuar falando alto e muitos, muitos palavrões. Acreditar mais nas pessoas e em contos de fada.

Não quero pegar ônibus cheio, quero perfumes, nada de jóias. Não quero ser barrada, não quero mentiras, quero churrascos e futebol.

Quero mais motivos, mais manias, mais palavras, mais amigos, mais encontros. Mais dias nerds jogando ps3 com meu tio. Quero manter meus lindos amigos e amigas, continuar sentindo saudade deles todos os dias. E sempre sentir falta da minha casa.

Quero o Brasil campeão da Copa, mais filmes 3D e menos MPB. Mais blues e jazz, menos pintinhas pelo corpo, mais lugares favoritos.

Quero ver mais pessoas que moram tão longe de mim, quero evitar saltos altos, quero mais delicadeza, dias chuvosos e dias para usar meu cachecol vermelho e meus óculos escuros.
Quero ironia, malícia e sarcasmo. Não quero ex-namorados de volta, nem dores nos rins, nem ficar sem dinheiro.

Mais um porre, mais férias e mais um amor não resolvido, mais borboletas no estomago. Mais café, menos refrigerante. Mais conversas longas.

Quero receber toda a felicidade do mundo, quero que me desejem muitas coisas boas, quero muitos beijinhos e cajuzinhos, mais tempo assistindo novela com a minha vó, mais filmes de terror na companhia da minha prima, mais dias de preguiça, menos frescura mais atitude.

Quero ser mais bacana e continuar sendo chata, quero ser um pouquinho de tudo, não quero crescer, quero manter meus 38 no jeans e 34 nos pézinhos. Mais cortes de cabelos e mais tinta preta nele. Ser uma pessoa mais presente e conseguir demonstrar que amo muita gente. Não quero e-mails sobre bichinhos mortos ou fome na áfrica (eles me fazem chorar), não quero escrever sobre política e nerdices, pois eu não sei, simplesmente não sei.

Criar um pouco de vergonha na cara, tocar mais violão, escrever mais e beber menos. Ler mais. Sorrir mais. Aprender a escrever com a mão esquerda, mudar a assinatura e parar de chorar um pouquinho nos filmes.

Suspirar quando for preciso, ficar eufórica quando der na telha, cantar alto, guerra de almofada com meus tios e tias. Beijocas no priminho, menos mau - humor. Mais dias de ócio, mais antenada menos alheia.

Ficar calada em muitos momentos sérios, não sofrer quieta, não julgar, não obrigar e nem manipular. Fazer apenas o que eu quiser.

Menos tempestades em copo d’agua. Quero que me achem bacana, amiga e bonita. Quero que me queiram por perto,mais moda, menos fanatismo.

Escrever sobre coisas inteligentes, parar de sair de casa com roupa mal passada, comer mais verduras e beber mais água, mais caretas, menos garoa, mais vento. Não quero ver minhas pessoas sofrendo.

Quero 18 anos bonitos, classudos, bêbados, musicais, literários, frenéticos, cinéfilos, dramáticos, exuberantes. E quero passar esse ano com todas as pessoas que realmente me amam.
E ah sim! Quero me lembrar desses 18 pra sempre.
Olá 18! Essa sou eu.

P.S. da narradora:
Quero acordar com uma chuva de confetes e muita gritaria,quero todas as minhas pessoas perto de mim,quero sorrir muito e quero lembrar desse dia pra sempre.
You’re all so beautiful.
JJP

terça-feira, 23 de março de 2010

Entre domingos, músicas e copos de vinho

[Após um mega vexame no fds]

Na terça-feira acordo pra mais um dia de trabalho, abri meu e-mail e dei de cara com isso.

Ela me permetiu postar aqui se assim eu desejasse...e acreditem, eu desejo.

Vou literalmente dar (Ctrl + C) (Ctrl + V)

Uma das donas dessa casinha escreveu isso em homenagem ao domingo de 21 de Março.

então antes desse post realmente começar já dou meu tchau. Pois esse post não tem nada de meu

xoxo

@JessyMcLovin





Ass: para a McLovin, que realmente é lovin, bem lovin. HAUHAUHA

De: (JJP)?!

Enviada:

domingo, 21 de março de 2010 23:06:29

Para: Jessy McLovin

Só pra constar; não gosto de ver as minhas pessoas sofrendo (amigos, colegas, família), eu sofro pra sempre no lugar delas pra não vê-las sofrer. Você, é uma delas, e por mais que isso soe bicha, te ver naquele estado no parque não foi bom.

Delete.

Um texto sem nexo e muito avulso num domingo.

Não gosto de nostalgia nem de ver alguém preso a ela.

Eu tenho os dias sofrimento, aqueles em que bebo vinho enquanto faço panquecas pra depois fazer meu tio comer todas. O motivo do sofrimento? Procurar o passado. E o passado, muitas vezes dói, um namoro mal resolvido, os cinco meses terminados brutalmente, o que nunca aconteceu e até o término de um namoro que hoje eu penso se realmente devia ter terminado. Solidão enlouquece (aha)

Mais eu nunca tinha percebido que eu fazia isso, sabe? De correr atrás do sofrimento.

Hoje, vi alguém se desmanchar por isso. E entre um “só sofre quem quer” e outro “ta sofrendo porque procurou isso”, me dei conta que eu mesma faço isso. Que eu tenho momentos nostálgicos que acabam comigo. Que existiram corações que me aprisionaram de tal forma que hoje me sinto perdida quando os encontro por ai, é claro, caçando-os por ai, entre um e-mail e outro e um bar e outro.

Nostalgia de momentos ruins é uma merda. Sofremos por algo que nunca se apaga, por algo que sempre vamos correr atrás. Mesmo que na superfície dissemos “olha não gosto desse cara” “olha a calça dele” “como pode existir alguém tão ridículo assim?!” quando o face to face acontece, as pernas ficam bambas e a solução é se apoiar em um ombro magrelo- mais amigo- e num copo de vinho.

A nostalgia fica ali, em cima do palco ou dançando com outra, beijando outra, rejeitando seus e-mails e ligações, rejeitando seu beijo. Nostalgia traz passado e existem passados que merecem ser deletados da nossa mente.

Hoje, eu quero dizer que todas nós que um dia passamos por essas recaídas vamos ficar bem. Lá em algum canto, numa hora, num lugar, esse passado será passado. E um novo amanhã, mais bonito e apaixonante nos dominará. Viver de passado não compensa. Viver a vida, o agora, isso sim compensa. E eu sei, que isso soa auto-ajuda, mais até eu mesma sei ajudar alguém e a mim mesma num domingo.

Muitos deixaram saudade,mais sabe? Eu estou bem assim, sem esses corações problemáticos. Prefiro seguir tomando vinho, sentindo cheiro de cigarro, gritando palavras de baixo escalão num parque e mandando todos esses corações pra puta que pariu.

Porque sim, no final de tudo, nós estamos bem. (mesmo sendo domingo)

p.s. da narradora

esse texto é pra amiga que sofreu hoje. Mais que sabe que isso é passageiro e no final o que importa é mandar o dito cujo se foder e continuar bebendo vinho, sem se preocupar com o sol e a banda ruim tocando no parque.

And yes,stay beautiful.

(ser e esquecer)

segunda-feira, 22 de março de 2010

#Edição 28



-Boa noite- disse a Fátima lá na sala.
Nessa noite, prometo que serei breve, nada de estórias confusas e amores dissecados.
Hoje, eu, uma das JJP, venho agradecer pelo “Decepção não mata, engorda” estar no ar ainda, levando sofrimento e alegria aos nosso caros (as) leitores (as). Agradecer também as duas pessoas que me convidaram pra fazer parte do “Decepção não mata, engorda”, que são gurias lindas por fora, por dentro, verticalmente e horizontalmente. Acredito que vocês duas não sabem o quão bem escrever pra esse blog me faz. Ninguém me entende tão bem quanto esse blog.(aha)
E dar os parabéns a nós todas, o “Decepção não mata, engorda” completou 3 meses, com estorinhas/historinhas, palavras lindas, cheias de amor, tristeza e um tiquinho de nós todas.
Mais meses, mais palavras, mais visitas. O “Decepção não mata, engorda”, é nosso lar.

“Quero uma casa sem paredes, assim, todo lugar que eu estiver será minha casa”
(Jonathan Safran Foer- Extremely loud and incredibly close)
p.s. da narradora:

You’re all so beautiful.
PriiiG

quinta-feira, 11 de março de 2010

A princesa fugiu


- eles disseram.

Ela, a loira mais bonita de toda a Brasília, andava pelas noites atrás de alguma aventura. Cansada de tantos afazeres, tantos sorrisos convencionais, ela queria algo novo, só por hoje.

Rímel, sombra preta, batom pink, calça preta nova, camiseta branca, jaqueta e salto alto, uma modelo nada convencional andando pelas ruas escuras de Brasília.

Avistou uma danceteria, sentiu-se a maioral por poder olhar com cara de desdém ao segurança enquanto ele conferia seus 23 anos no rg. Entrou, foi direto ao bar, primeiro shot de tequila. O DJ tocava uma musica que ela nunca ouvid, ela ouviu o barman dizer que era o “som dos caras de sampa, o som do “restos de nada””. Ela achou o nome patético, aliás, ela achava tudo um pouco patético, espelhos, escadas, a sua fuga para uma noite desconhecida em Brasília.

Ela tinha pavor a paulistas, amava os gaúchos e simplesmente não se importava com os cariocas, fumava (muito) e prometia todos os dias que aquele seria o ultimo cigarro fumado escondido no escritório atrás da planta na cozinha, mais depois de quinze minutos lá estava ela fumando mais uma vez e outra vez.

Gostava de cerveja preta, detestava vinho e garotos loiros e com olhos verdes. Ela gostava mesmo era dos garotos normais, os “punks” que na verdade eram filhinhos-de-papai e faziam moicanos espetaculares pra ganhar as menininhas e mostrarem para os pais que eram garotos únicos que mudariam o mundo – e não é que os filhos da puta mudaram mesmo?

Enfim, a música acabou, ela já estava na terceira cerveja preta e olhava pra pista procurando algo novo. Uma nova música, pessoas cantando com as mãos para o ar enquanto dançavam pateticamente na pista. Desistiu e foi ao banheiro.

Sujo, feio e cheio de garotas vestidas como ela, outras princesas fugitivas- ela pensou.

Uma das garotas puxou assunto enquanto ela lavava as mãos na pia suja, seu nome era Cláudia “mais podia chamar de Claudinha”, ela sorriu, seria bom ter uma “amiga” nessa noite.

As duas então começaram a conversar sobre tudo, música e filmes, nada de livros pois as princesas não gostavam de ler.

-Minha vida cabe num copo plástico, Cláudia- a princesa disse.

A amiga riu dela e pensou que era mais uma garota mimada na busca do próprio eu, todos ali eram assim. A cidade na noite tinha essa morbidez, essa anarquia, essa busca por algo que ninguém sabia.

Foram pra pista, dançar como os outros e rir um pouco de si mesmas. A princesa que já tinha perdido a conta de quantas cervejas tinha tomado, avisa a amiga que vai ao banheiro. Cláudia diz que vai esperar a princesa ali na pista mesmo.

A princesa então vai passando pelas pessoas, às vezes pisando nos pés de algumas, lutando contra a própria cegueira do álcool. Ela tropeça pra dentro do banheiro, tudo gira e ela adora a sensação do mundo girando e de não poder sentir seus pés direito.

Acende um cigarro, vai tropeçando entre as pessoas até o bar, pega duas cerveja, uma preta e uma clara pra-sua-nova-amiga-claudinha. No caminho até a pista, a princesa então é empurrada e derruba as cervejas na calça preta nova, fica puta e prepara um “cacete” pra soltar quando vê quem a empurrou, um punk, muito brasiliense com olhos castanhos. O punk, pede desculpa e ela acha isso muito digno vindo de um punk.

Ele se oferece a pagar mais cervejas pra ela, ficam lá no bar mesmo, Cláudia agora dança sozinha na pista, conversam, ela ri como há muito tempo não ria com um garoto.

Eles se beijam, dão uns amassos no canto escuro do bar. Ela encontra Cláudia e avisa que vai embora.

Ela e o punk trocam telefones, ele a acompanha até a casa dela. Não entra. Um beijinho tímido de boa noite e promete que vai ligar pra ela no outro dia. Ele dá alguns passos e volta até a princesa que dá uma gargalhada. Eles se beijam ofegantes e ela tem o insight “nunca mais vamos nos ver mesmo”. Mais ela será uma exceção.

Ele liga, conversa alheia no telefone, risadinhas, saem pra almoçar juntos, ele vai sem o moicano e com roupas normais e a princesa gosta disso.

Passam a se ver todos os dias, de domingo a domingo, mais conversas, mais sorrisos, . E depois vão a algum bar semi-vazio, depois na sinuca, no motel de beira de estrada, na missa, no restaurante, caminhar no parque, assistir tevê um na casa do outro, no cinema, no supermercado, no museu, na praia no Espírito Santo aos fins de semana, em toda e qualquer cama.

Anos depois, a princesa e o punk (que não é mais punk, agora, ele é básico e curte jazz), se casam. Ambos com carreiras profissionais, carros, contas no banco, apartamento que compraram juntos, dois filhos e o carinho mútuo interminável. E a cerveja preta na geladeira.

E quase sempre antes de dormir, sob os lençóis e abraçadinhos, eles se lembram de como se conheceram e falam sobre destino em sincronia, sobre como tudo têm significado e que a vida, pode, sim, ser maravilhosa.

Seria mesmo foda.
A verdade é que a princesa ao tropeçar no cara-punk-de-olhos-castanhos disse “cacete”, o fuzilou com os olhos e saiu andando em direção ao banheiro, xingando “deus e o mundo” por ter caído cerveja na sua calça preta nova. E depois voltou à pista e depois de vinte minutos partiu com Cláudia para uma festinha em um apartamento de uns caras de uma banda nova. E o punk-de-olhos-castanhos continuou lá, com todos seus amigos punks, menosprezando deus e mundo.
É, teria sido mesmo foda.

P.S.
Não tô pra finais felizes hoje. Roubei a cerveja preta da minha mãe que estava na geladeira. Ouvindo “The Story of The Clash. vol 1 nos fones, pela 5ª vez seguida.
Aaah, as noites de verão.
Ame um punk hoje.
You’re all so beautiful.
PriiiG