segunda-feira, 21 de dezembro de 2015

Stubborn Love

Its better to feel pain, than nothing at all.



No começo desse ano, (lá vai eu falar de novo de uma 'data' que já passou faz um puta tempo) fiz uma viagem para o interior de São Paulo, para ser mais especifica, passei uns dias em Itu.
No meio de muitas bebidas, música alta, pessoas sendo jogadas na piscina, comidinhas super delicia pra balancear tudo isso e noites estranhamente dormidas, conversas bem legais surgiram.
Mas eu quero falar de uma em especial, que vai ficar comigo por muito tempo.



Estava eu, sentada em um canto, com o meu copinho em mãos, não lembro mais o conteúdo do mesmo, escutando uma música que realmente estava me incomodando, mas era o gosto da maioria.
Como sempre, Jessy + copinho preenchido com qualquer teor alcoólico = pensando na vida.

Um amigo sentou do meu lado e começamos a conversar.
Eu contei pra ele que aquele momento não estava muito legal pra mim, porque a música me lembrava alguém que eu realmente queria esquecer e que aquela banda estava praticamente proibida na minha rotina.
A conversa foi se estendendo, falamos sobre como as pessoas e as músicas que ouvimos em um certo ponto, acabam se unindo e fazendo parte de uma coisa só.
Que quando aquela  pessoa em questão não faz mais parte da sua vida, ouvir a música simplesmente dói, em lugares que você nem sabia que existiam dentro de você.
Então, não importa o quanto você gostava de ouvir, a música ganha um selo invisível de banida.

Acho que isso na verdade é bem comum. Todo mundo tem um cantinho obscuro, aquela playlist proibida, que simplesmente não dá mais pra ouvir.
Vocês que não sofrem desse mal... (inserir aqui emoji das mãos batendo palminhas, muitas palminhas!)

Foi então que a parte que me marcou aconteceu...

Ele contou de quando o casamento dele acabou e eles chegaram naquela parte que não dá mais pra fugir e você tem que dividir os discos.
Ai ele lembrou dos discos que comprou pra ela, das músicas que ele apresentou pra ela e eles aprenderam a ouvir juntos e que agora estavam difíceis demais de levar em frente, já que tudo que tinha acabado.
Todas aquelas músicas favoritas, agora perdidas...

Porém, após um tempo considerável, ele chegou num ponto que bateu aqueles famosos '5 minutos' (juro que existe, pra mim nunca funcionou, mas algo me diz que já cheguei perto. Sei o que significa, mas nunca coloquei em prática) ele resolveu mudar a situação.
"- Eu peguei minhas músicas de volta. Aquelas músicas não eram nossas, as músicas são minhas e eu peguei elas de volta"

Eu não sei como aconteceu, mas ele conseguiu desfazer o vinculo, que até então eu achava simplesmente impossível.

É muito perigoso navegar nessas vastas águas de apresentar suas músicas, exige cuidado e muito estudo, porque uma vez que você ouvir aquela música, com aquela pessoa, você estará pra sempre vinculado a aquele momento.
Vai te fazer bem por muito tempo, mas na hora que fizer mal, tudo se perde, o momento e a música.
Mas de uma forma estranha e um tanto torta, sempre vale a pena.


Sempre fui muito apegada as minhas playlists, elas representam o que eu sou e como vejo o mundo.
Eu ainda me pergunto como ele conseguiu, pois acho que sempre terei quadros pendurados na minha memória e cada rosto será dono de sua trilha sonora.
Então se em algum eu te apresentar alguma música, eu estou sem sombra de dúvidas, te convidando pra entrar no meu mundo.
Ele pode ser meio bagunçado, mas também muito colorido e não precisa tirar os sapatos pra entrar.


E não precisa bater, a porta está sempre aberta.



Espero que você não seja mais um quadro na galeria, mas que divida os fones comigo, enquanto conto minhas histórias.



Jessy.

quinta-feira, 16 de abril de 2015

Promessas de Ano Velho

Como vocês vão ver abaixo, esse post tá sendo postado agora, mas ele pertence a Fevereiro, ou antes disso. Está bem incompleto, mas quanto mais tempo ele ficar guardado, mas o sentido vai se perdendo.
Então lá vai, antes tarde do que mais tarde.

(Em algum momento ele será terminado)






Ainda é Fevereiro (ou já é Fevereiro), então deduzo que o assunto que estou afim de falar é totalmente permitido.
Fora que o Carnaval nem chegou ainda, então é super permitido.

Tá liberado falar? Se não tiver vou falar mesmo assim!


Esse texto eu venho planejando escrever desde Novembro provavelmente (não vou falar que foi antes disso, senão fica feio pro meu lado!) e simplesmente não consegui escrever de jeito algum, mas tem algo em 2015 que já tá colaborando muito (mentira, nem tanto assim) para a minha criatividade.
Então vamos lá...



Qual é a das promessas de ano novo? Sério! Aquela coisa de 'ano novo, vida nova'...
Te juro que o me obrigou a pensar nisso foi uma camiseta da C&A, com uma frase tipo: 'O ano não vai ser novo se você for o mesmo' ou algo próximo disso.

Não posso falar muito sobre isso, porque eu, essa que vos escreve faz isso todo ano.
Todo ano que esta prestes a começar, lá estou eu na praia (sem pular as ondas, porque ninguém merece isso), com aquela centena de fogos explodindo acima, todos se abraçando e derrubando champagne na roupa, dando beijinhos, gritando e jogando os braços pra cima... Lá estou eu olhando pro mar, com a mesma cara de pão de queijo de sempre, prometendo pra mim mesma que aquele ano com certeza vai ser melhor e que dessa vez tudo vai funcionar. Mas sabe o que acontece? O ano é exatamente igual ao anterior, se não igual, bem parece no mínimo.

Mas por que isso? Por que sempre nos prometemos tanta coisa e tudo acaba sendo igual?

Acho que a camiseta da C&A tinha razão, porque nós continuamos a mesma coisa.
É nessa que entra uma frase bem bicha e bem conhecida de Tumblr...


Faz sentido? Acho que faz bastante sentido.
Estamos sempre reclamando que as coisas estão ruins, que nada acontece, que ta tudo errado, mas talvez isso se deva ao fato de fazermos sempre a mesma coisa. Os mesmos erros.

Se você vive todos os dias do mesmo jeito, dificilmente eles irão mudar.
E quem sou eu pra falar sobre isso?

Sou a moça dos bons conselhos e que nunca os segue. Não que minha vida seja repleta de reclamação ou algo do tipo (ok, tem dias que pareço um velho de 90 anos com reumatismo, mas quem nunca né?), mas eu me questiono com frequência porque as coisas insistem em continuar igual, quando o que mais preciso é que elas mudem.
Talvez se deva pelo fato de fazer a mesma coisa um bocado de vezes e ficar esperando resultados diferentes.

Eu gosto da minha vida rotineira, imutável e erradinha do jeito que ela é, porque ela me trouxe as pessoas que eu precisei, quando eu precisei e eu nem sabia que precisava. E ela continua fazendo isso.

Os dias podem até ser sempre iguais, mas é graças a isso que os dias bons ficam na memória.
Mas isso já é assunto pra outro post.

Au revoir,
Jessy

quarta-feira, 28 de janeiro de 2015

Lorsque rien ne se passe

Ensemble by Coeur de Pirate on Grooveshark
Staring at the bottom of your glass
Hoping one day you'll make a dream last
But dreams come slow and they go so fast


Há alguns dias um amigo meu escreveu uma coisa no Facebook e eu não consegui parar de pensar nisso até agora...

" 15 de janeiro às 12:40 · 
Tem dia que a gente acorda meio apático né? Não se sente feliz, nem triste, nem com vontade de rir e nem de chorar, nem com vontade de amar e nem de odiar, você apenas vive aquele dia, pois precisa passar por ele. "


Fiquei pensando em quantos dias durante o ano que são desse jeito e se for fazer a conta posso dizer que pelo menos metade dele é assim. 
Mas será que isso é ruim? Viver desse jeito é viver errado ou é não viver at all?

A quantidade absurda de filmes que assisto sempre me ensinaram que todos os dias você tem que conquistar o amor da sua vida, sofrer, correr atrás mais um pouco, entrar em uma perseguição de carros, aprender uma música nova, beijar e abraçar alguém, ter um jantar bem bonito, pular de um prédio, fazer novos amigos, tudo isso enquanto trabalha, estuda e arruma a casa, isso se a louça já estiver lavada é claro.


Mas dá mesmo pra fazer isso todos os dias? A vida é menor se não fizermos mil coisas nas 24 horas que nos é dada por vez?

Sempre bate aquela sensação de tempo perdido se você não faz algo realmente surpreendente do seu dia.
As vezes você só acorda, vai pro trabalho, vai estudar, volta pra casa e dorme.

A verdade é que a maioria dos dias não é surpreendente, talvez isso torne aquela meia duzia de dias lindos tão importantes.
Aqueles dias em especifico, que você fica a semana toda esperando pra chegar, seja pra ver o carinha que você gosta em segredo, ver o seu melhor amigo e encher a cara com ele (se o dinheiro der, senão a gente só tenta mesmo), encontrar aquela amiga que você não via há mais de um no meio de um monte de gente desconhecida, trombar um conhecido na rua no dia que você está o mais desarrumado possível, ouvir no rádio uma música que você jurava que já tinha esquecido. 

Não duvido que a vida seria muito melhor se todos os dias fossem surpreendentes e cheio de coisas boas, aqueles dias que mal da tempo de ouvir a música do Pharrell que toca até quando você abre a porta da geladeira ou a torneira, mas a verdade é que não é bem desse jeito e não há Sessão da Tarde no mundo que consiga nos convencer do contrario.
Acho que todos tem muitos dias neutros que não te trazem algo que você vá lembrar de verdade (todos menos a Miley Cyrus, certeza que ela cria uma história nova todo dia).

Não vou dizer que me orgulho dos meus dias neutros, porque eles não trouxeram nada pra me orgulhar, somente a vontade de continuar e me ajudar a aguentar a ansiedade na espera dos dias melhores, que por sinal parecem que andam com o freio de mão puxado a maioria das vezes de tanto que demoram pra chegar.

É nos dias neutros que somos o mais verdadeiro possível, seja com nossos pijamas velhos e pantufas surradas, ouvindo All About That Bass e dançando pela casa. Assistindo aquele seriado repetido e conversando o dia todo com as mesmas pessoas. 
Vendo as mesmas pessoas no ônibus/trem/metrô, preso no transito ou ouvindo gritos do chefe sobre exatamente a mesma coisa.
Talvez no mesmo bar da semana passada, com as mesmas pessoas e as mesmas bebidas.

Os dias neutros podem não ser os mais divertidos, os que dão as melhores histórias, as melhores piadas, as melhores viagens, mas é neles que nossos verdadeiros eu moram e é graças a esses 'eus' que nos encontramos nos melhores dias e fazemos da vida o que ela é, um playground gigante. 



Jessy Mclovin