quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

Tem que ser selado, registrado, carimbado Avaliado, rotulado se quiser voar!



Eu sou a única menina da família e isso acarreta vários deveres esquisitos para com minha mãe e meu pai, desde que eu nasci.

Minha mãe me vestia de rosa e eu tinha muitos conjuntinhos de menininhas da hello kitty, eu ouvia qualquer tipo de música que meus pais quisessem que eu ouvisse e dançava sem nenhum tipo de vergonha na frente de qualquer estranho.

Eu amava ir a praia. Eu sempre queria estar na praia e brigava com minha mãe porque queria ficar vestindo meu maiô amarelo o tempo todo. Sempre gostei de amarelo.

É engraçado de lembrar a infância e pensar que tudo era muito fácil, eu fazia amiguinhos novos a cada passeio, me divertia horrores só por andar em um carrinho de bate bate, e pedia algodão doce toda vez que ouvia aquele cininho na porta de casa, balas de goma, pirulitos, e chocolates era o que fazia de mim sinceramente feliz.

O meu sonho todo ano era ter uma Barbie nova, elas eram tão bonitas, loiras, magras e de olhos azuis enquanto eu sempre fui tão morena de cabelo tão cacheado e tão gordinha. Eu queria ser elas, enquanto eu brincava com elas eu era elas, cortava os cabelos de todas e as vezes a cabeça de uma saía e eu chorava muito. Importante ressaltar que minha mãe sempre estabeleceu regras para meu pai não me dar brinquedos novos a cada semana. Era sempre no dia das crianças, dia do aniversario e dia de natal. E esses eram meus dias preferidos.

Eu costumava ir às lojas de brinquedo e meus olhos brilhavam tanto que minha mãe sempre achava que eu estava com febre. Era a minha diversão, eu, uma menininha sozinha, que não saia a rua, sem crianças da minha idade para brincar comigo, me divertia horrores comigo mesma.

Um dos meus irmãos costumava me infernizar todos os dias e o outro sempre me defendia e mandava me deixarem em paz. Eu gostava disso. Eu gostava de cantar em microfone e sempre queria sair com meu irmão mais velho e com a namorada dele. Às vezes ele se irritava, mas logo em seguida vinha com algum presente e eu logo me esquecia das palavras secas dele.

Minha mãe sempre quis que eu fosse sua bonequinha, só que eu sempre fui tão esquisita que nunca gostei de todo aquele rosa enjoativo e cheguei até o ponto de jogar as roupas fora escondido, também já quebrei espelhos de propósito e nem me lembro disso. Já planejei fugir de casa e arrumava minha mala escondida. Nunca fugi, mas quando minha mãe brigava comigo por alguma besteira que eu estivesse fazendo esse era meu plano secreto.

Eu me agarrava a meu pai tanto que quando ele ia trabalhar eu chorava horrores, e eu gostava tanto do cheiro dele e da minha mãe que só de sentir eu já dormia.

Um segredo: Quando meu irmão mais velho foi embora morar com a namorada no interior de São Paulo eu sofri muito. Até hoje eu penso que ele vai voltar a morar com a gente. Minha mãe costumava me mandar comprar pão na padaria e eu comprava um a mais para ele, mas ele nunca voltou.
Ele liga todo final de semana e vem em casa uma vez ao ano ou duas vezes e nunca é suficiente. Eu odeio me despedir dele porque não importa o que diga eu sempre vou esperar ele voltar para casa.
Sempre.

O ruim de não ser mais criança é que as lembranças daquela época vão se desintegrando, ficando nebulosas. A época mais doce que já tivemos em vida foi embora e você percebe que nunca mais vai ser criança novamente e isso é triste.
Vem a adolescência e você quer ser igual a todo mundo e hoje eu nem sei mais o que eu sou, eu não quero mais ser igual a ninguém, eu sinto que todos buscam ser diferente, um tipo de diferença que nunca vamos encontrar. Por isso que ser criança é tão legal, nós somos o que somos, e na infância tudo parece em ordem, na mais sublime perfeição
E todos aqueles deveres de ser a princesinha pode ser esquisito,mas quando temos pouca idade pode ser bem divertido.

Be happy! Spread Love! Keep it real!

Coldplay - Trouble
Coldplay - Fix you
Coldplay -Yellow

- Tika Ripper 

sábado, 16 de janeiro de 2010

Último romance

O jeito doce de falar, os olhos perdidos e o jeito infantil
Fascinada pelas palavras dele ela sabia que aquilo seria pra sempre.
Algo que não sabia descrever por mais que tentasse,
Fosse a atração ou fosse a paixão
Sabia que estava perdida.
E que apenas segurar sua mão seria suficiente.

Palavras sem intenções ou sorrisos de gentileza
Ela via o amor onde não havia.
E por muito fantasiou o impossível!
O amor maior do mundo que mesmo durando toda eternidade não seria o bastante

O amor que ela havia cultivado em segredo
O que cresceu de uma amizade e morreu em uma tarde de verão
Que nem ao menos chegou a acontecer
Que não teve o toque, nem o dia seguinte
Ele levou dentro de sua mochila cada pedacinho do coração da jovem dama
Indo embora sem uma despedida

No fone de ouvido agora só tocavam músicas tristes
E lembranças ocupavam a maior parte de seu tempo
...Fosse de arrependimento
...Fosse de tristeza
ou as vezes de rancor.


E anos depois ela sabia que ainda não era a mesma
E que mesmo que tentasse
Aquele seria seu último romance.



xoxo
@JessyMcLovin

terça-feira, 12 de janeiro de 2010

nem tão gigante assim.



Quando as coisas desabam. (mais uma vez)

Existem dias em que as coisas por aqui desabam. Dias em que meu cabelo preto não está bonito, minha conta bancária está em estado de alerta, não falo com meu pai há mais de uma semana, meus livros estão tomados pelo pó, assim como meus cd’s e dvd’s.
Sempre acreditei que todo mundo tem problemas familiares, financeiros e emocionais e dessa forma, nenhum problema deve ser desprezado por mais mínimo que ele seja. Aos olhos de algumas pessoas o meu problema de engolir o motivo da separação dos meus pais pode ser muito infantil mais esse é o meu problema, ele sendo infantil ou não, esse é o meu problema.
Aqui em casa nós sempre mantemos o copo meio cheio, meia alegria, meia tristeza... Mais às vezes, o copo transborda e então a tempestade chega.

Desde que eu me conheço por gente e membro da família Sousa, eu sei que nós todos aqui em casa não expressamos sentimentos e muito menos desabafamos nossos problemas, minha mãe é assim, meus tios, minhas tias e eu também sou assim. Por fora, eu sou a garota de cabelos pretos que sorri sempre mesmo que tudo esteja uma merda, eu não gosto de mostrar minhas fraquezas, tento dar uma de forte mesmo não sendo... Aqui dentro as coisas desabam. Eu tenho plena consciência de que já enfrentei problemas demais pela minha idade e que sinceramente muita gente não agüentaria o que eu vivi.

Eu tenho medo da solidão, de perder a graça, das pessoas me abandonarem e que meus discos não consigam preencher a lacuna da solidão em mim. Eu sei também que todo mundo enfrenta momentos de solidão, momentos de querer juntar todas as suas coisas e fugir da sua vida, de si mesmo... Sabe, não somos tão diferentes uns assim dos outros. Somos semelhantes, peças perdidas nesse mundo, peças que precisam se encontrar e juntar o mundo como no começo de tudo.

Eu não reclamo da vida que eu tenho hoje, eu tenho amigos maravilhosos pessoas que sabem como me fazer sorrir, sabem me telefonar, vir ao meu apartamento sem reclamar, que sabem quando eu estou triste com apenas um recado, pessoas que sabem o que eu sou, que eu não sou uma heroína, nem uma gigante, que eu tenho fraquezas, que eu sou apenas uma garota que ainda exibe as costas sem a tatuagem, os cabelos curtos e pretos, o sorriso estranho, a vontade de beber vinho diariamente, assistir televisão com minha vó e brincar de cabeleireira com a prima. E que sabem que ás vezes eu vou querer ser mimada e egoísta e me permitir ficar sozinha, na minha solidão, imaginando uma solução-sim, como na música da Cachorro Grande.

Às vezes eu tenho vontade de ser como Christopher McCandless, que parte para o Alasca largando tudo o que o sufoca. Mais ai eu penso que eu não quero cometer o mesmo erro que ele, que me isolar não é a solução para tudo, que a vida é como o mar que lhe dá golpes duros, que às vezes tudo estará calmo e do nada surgirá uma onda te derrubando, temos que nadar contra isso, a vida é isso nadar e lutar, porque são nesses momentos que nós nos encontramos. É como o próprio Chris diz: “os únicos presentes do mar são golpes duros e, às vezes, a chance de sentir-se forte. Eu não compreendo muito o mar mas sei que as coisas são assim por aqui. E também sei como é importante na vida não necessariamente ser forte mas sentir-se forte, confrontar-se ao menos uma vez, achar-se ao menos uma vez na mais antiga condição humana, enfrentar a pedra surda e cega a sós sem outra ajuda além das próprias mãos e da cabeça”

A verdade é que não existe solução para todos os problemas do mundo, só existe a esperança. Eu só tenho a esperança de que quando as coisas desabam, de que quando a tempestade chega eu terei forças pra abrir o guarda-chuva e esperar tudo se acalmar.
Eu quero fazer tudo o que eu tenho vontade de fazer, não quero me sentir pressionada, obrigada a fazer algo que não quero. Eu quero sorrir todos os meus sorrisos, sentir a alegria até na raiz dos meus cabelos, deitar no sofá e conversar com a minha vó feliz por saber que aquele momento sempre será meu, beber vinho todas as sextas feiras com a minha tia enquanto rimos, quero me sentir como o menino que finge ser um príncipe que sobe na pedra empunhando uma espada maior do que ele mesmo, sem tremer nem nada. Fazer compras com a minha mãe, ir à outra cidade encontrar duas grandes amigas, assistir o mesmo filme duas vezes, ler o mesmo livro, ver meus amigos e me sentir muito bem por saber que sempre me sentirei bem com eles. Eu quero sentir o copo transbordar às vezes e abrir o guarda-chuva pra mim e pra outra pessoa esperando a tempestade passar. Eu quero me sentir forte, mesmo que eu não seja uma gigante.


P.S. da narradora:
Planos, nada de gigantes.

Ouvindo death cab for cutie_marching bands of Manhattan
stay beautiful,
JJP

sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

Entre esmaltes descascados e melissas bonitas




Ele gostava de esmalte descascado.

-

Esse comentário a deixou completamente chocada, que tipo de homem não gostava de uma mão bem feita, unhas grandes e brilhantes de esmalte.

Aparentemente ele não gostava.

Era difícil olhar para ele, mesmo agora, depois de todo aquele tempo se habituando a ele, ouvir a voz e sentir o cheiro do tabaco misturado ao cheiro da pele dele.

As vezes ela o pegava a olhando. Olhando seus lábios enquanto ela falava, logo quando ele via que ela notava, ele desviava o olhar.

Os únicos elogios da parte dele haviam sido provocações, dizendo que ela era muito ‘arrumadinha’ e os toques eram sempre cutucões, tentativas de ser amigável e ao mesmo tempo engraçado.

As vezes ele tocava o pé dela quando ela estava usando melissas. As vezes ele perguntava quantas melissas ela tinha porque ele achava bonito. Ele achava bonito o pé dela.Ela nunca levou a serio seu elogio porque achava esquisito um homem gostar de seu pé.

Ele sorria de todas as besteiras que ela dizia e gostava quando ela era sarcástica, mesmo quando ela era seca.Gostava também do cabelo cheio de cachos dela

Não gostava de Beatles ou Rolling Stones, mas quando eles estavam ouvindo as musicas no celular dela, ele a respeitava e ouvia sem reclamar.Ele costumava balançar a cabeça como um lunático enquanto escutava MGMT, ou tocava bateria imaginaria sem nenhum pingo de embaraço.

Odiava falar em publico.

As vezes antes de ir embora a puxava e lhe beijava estalado na bochecha.

E algumas vezes a cumprimentava com abraços gostosos.

Então ele disse: “ Não gosto de garotas muito arrumadas e cheias de frescura” ela ficou pensando e de repente um dos poucos elogios da parte dele pareceu a ela uma critica enrustida, que ela jamais havia reparado

“Muito arrumadinha” “não gosto de garotas muito arrumadas”

Ele tentou concertar o que havia dito, dizendo que o all star dela era sujo o que mostrava fibra e caráter, mas ela não acreditou nele, ela percebeu que havia um poço de apatia que a separava dele.

Por mais que ele risse de suas piadas, olhasse para sua boca, tocasse seu pé e gostasse do cabelo dela natural. Aquilo não significava nada.

As vezes ela ficava se perguntando como seria se algum dia eles tivessem alguma coisa, seria tão... Mágico. O presentear com CDs ou livros e dizer a ele que ia querer emprestado depois. Entre os beijos ela poderia esfregar o rosto em sua barba mal feita sem se importar se ficasse com o rosto vermelho. Ela, com certeza, implicaria com ele sobre o cigarro e pediria para ele deixá-la depilar sua sobrancelha e ele lhe diria “Eu sou macho, não depilo nada!” e ela riria e ele riria em seguida.

Ah, ela poderia abraçar ele quando tivesse vontade e poderia finalmente o beijar. Como ela tinha vontade de encostar a boca na boca dele!

E ela poderia dizer que o amava e quem sabe ouvir um “Eu também te amo” em resposta.

Mas ele era tão egoísta com os próprios sentimentos, nunca dando um segundo passo, esperando dela todo sentimento que ele talvez soubesse que ela carregava. O sentimento que transbordava pelo coração dela.

E nada seria diferente, nunca! Não adiantava ela tentar imaginar como seria ter um futuro com ele.

Não havia futuro para os dois.

Existia a voz dele, os livros dele, a voz dela, os livros dela... Existia o roçar de dedos, o toque na nuca, o beijo estalado e os olhares que...Os olhares que eram tímidos o suficiente para nunca passarem de olhares.

O tempo deles acabaria e ela nunca saberia se algum dia ele havia se apaixonado por ela. Que pena.

Eu acho que eles fariam um casal brilhante.

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@TikaRipper


Ouvindo:

sexta-feira, 1 de janeiro de 2010

Desejos, desejos

O que sempre esperamos de um ano novo?

Esperamos toda paz, generosidade, esperança e amor e por mais clichê que isso soe é o que eu espero de mim e de todos nesse ano.

Eu quero ir para a minha sala e abraçar um por um porque senti falta deles nesses dias, eu quero assistir todas as aulas, eu quero ler todos os livros, todos os romances de mulherzinha possíveis. Eu quero fazer esse 2010 ser lindo, eu quero que ele seja doce, eu quero associar ele a um perfume e a uma musica.

Eu com certeza quero assistir o sol se pondo com pessoas especiais e espero ainda tomar muito vinho.

Ah, eu quero rir!
Rir até doer a barriga, eu quero rir até que meus olhos transbordem de tanta lágrimas...Lágrimas de felicidade

Eu quero que o calor não se transforme em algo ruim para mim, eu realmente espero usar todas as mini saias e vestidos possíveis, quero andar descalça pelas ruas e queimar os pés no asfalto.
Eu quero conversar com meus pais, meus irmãos, meu sobrinho, meu cachorro.Quero abraçar muitas pessoas quero beijar beijar beijar e demonstrar todo meu afeto.
Dizer “ eu te amo” com mais liberdade e sem tanta vergonha por expor sentimentos e eu quero dançar e eu quero amar...

Quero conhecer novas pessoas. E que elas sejam boas para eu as incluir no meu coração e as apresentar para meus velhos amigos para que nossa historia se construa mais uma vez!
Quero sorvetes, balas de goma, a voz do meu pai, a risada dele, os olhos dele...
Quero o abraço da minha mãe
Quero que o senso de humor do meu irmão não se perca
Quero todos os livros possíveis, e que minha historia esse ano seja tão boa como os livros que eu leio tão desesperadamente.

Eu quero inspiração pra viver, pra escrever, pra dançar e pra sonhar.
Eu quero mais musica, eu quero mais arte.
Eu quero que meus amigos não se esqueçam de mim, eu quero que me mandem sempre mensagens e cartas e sms pelo celular.
Eu quero transbordar de alegria e que nas horas tristes eu sempre me lembre que existe uma luz dentro de cada um.
Eu quero que minha alegria contagie, e que quando eu estiver triste a alegria dos outros ME contagie

Espero que tenhamos todos um feliz ano novo! Esse ano que já começou cheio de pedidos para serem realizados!

Spread Love!
JJP