segunda-feira, 12 de novembro de 2012

call me when I'm sober


Ouvi dizer que palavras de um homem bêbado são os pensamento de um homem sóbrio e acho que tive a prova disso.

Eu não sou uma pessoa que costuma beber, mas tudo sempre é possível.
Essa semana fui à uma festa e por beber um pouco demais acordei sem lembrar de algumas coisas e uma dessas coisas foram alguns rascunhos que escrevi no meu celular. 
Ai vai...




Você me lembra manhãs de sol e canções do Lou Reed.
Perto de você só tenho a certeza de que nada é certo e que o conforto já não faz mais parte de mim.
O mundo gira rápido demais. Talvez sejam todas essas luzes e a música alta. Talvez seja a sua presença que me desconserta ou talvez seja só a bebida.
O caminho é incerto demais para dizer que você vai estar na curva a frente e que talvez a saída seja me perder para te encontrar.
A fantasia de hoje não é um véu branco.

Você me lembra dias de sol com chuva. Eu sei que está bonito lá fora, mas prefiro não sair e me molhar.
Eu queria fazer uma poesia, mas seu nome não rima.



Um viva para sms não enviadas (e um minuto de silêncio pelas enviadas), pensamentos perdidos, palavras não ditas e coragem que falta.
Em terra de bêbado, quem tem memória é rei. 

P.S.: Mas a falta dela é uma dádiva divina.

Jessy McLovin

quarta-feira, 3 de outubro de 2012

You Have Killed Me

Because if it's not love, then it's the bomb that will bring us together


Você já sentiu um amor maior do que qualquer palavra pode explicar?
Do tipo que toma conta de você, do seu humor, do seus dias, de tudo que rodeia a sua vida?

Eu tenho um amor desse tamanho, mas não estou falando da minha família ou dos meus amigos.
Estou falando do amor por algo diferente, ele está por todos os lados da minha vida, no meu corpo, no meu quarto, nos meus ouvidos, no meu coração.


Era uma vez um presente que ganhei no meu aniversário de 15 anos, um cd. Talvez vocês o conheçam...

The Queen Is Dead - 1986
Não esperava muito dele. Já tinha ouvido falar da banda antes, mas nada que tivesse chamado minha atenção, eu era bem jovem e não tinha aprofundado meus conhecimentos sobre eles. Mas não reclamei mesmo assim. Meu cunhado (quem deu o presente) garantiu: " - Tenho certeza que você vai gostar. Hoje sou capaz de pensar que ele sabe prever o futuro.

Não sei dizer o que aconteceu, foi amor ao primeiro play. Sim, eu estava perdida pra sempre e sem chance de qualquer salvamento, mas naquela época ainda não sabia disso. Não sabia que esse amor ia crescer tanto.

Comecei a ouvir todos os dias e quando percebi já estava com 21 anos e tinha adquirido tudo que Smiths e Morrissey já haviam lançado.

Eu poderia passar dias tentando explicar o tamanho do meu amor por cada música, mas é um sentimento tão único, tão pessoal, tão profundo, que só se você amar uma banda nessa proporção conseguiria entender.
Muitos acham isso besteira e cada um tem a sua razão. Mas da minha razão entendo eu.
Sei que já escrevi muito sobre isso. A verdade é que nunca me canso, espero que vocês também não.

Ainda não acredito que vivi um sonho, daqueles mais impossíveis quando me encontrei em um show do Morrissey em março de 2012

Vocês nunca me verão com uma cara mais idiota do que essa
Detalhe pra camiseta que eu fiz
Pensei que esse dia nunca chegaria e se minha amiga não estivesse comigo pra me provar a verdade, eu ainda estaria aqui hoje sem acreditar.

Você estar diante de alguém que te acompanhou por tanto tempo e foi a trilha sonora dos melhores momentos que você consegue lembrar. Alguém que você esperou por tanto tempo, que você gastou quase um mês de salário só pra passar uns tantos minutos na presença dele.



Mas há pouco tempo a coisa ficou complicada. Como todo bom fã de Smiths, todo mundo que gosta sonha com eterno retorno da banda que parece que nunca vai acontecer.
E por fim virou verdade, eles iriam voltar em 2013!!! Mesmo que só para alguns shows.

Please Let Me Get What I Want by The Smiths on GroovesharkPorém foram só rumores que encheram de esperança um coração bobo, para depois ser mais uma mentira.



Eles começaram em 1982 e acabaram em 1987. Sem tempo para nos dar qualquer decepção.
Foram álbuns perfeitos. Cada um do seu jeito. Mas como tudo que é bom acaba e geralmente dura pouco, eles também chegaram ao fim.
Desde então, todos os integrantes ainda vivos, pseudo-velhinhos e vivendo de música  insistem que nunca mais vão voltar a tocar sobre o nome de Smiths.



Sinto pelos tem esse amor por Clash, Ramones, Johnny Cash ou Elvis. Que tem uma idade próxima a mim e não poderão realizar o mini sonho da vida.

Sinto porque os anos 80 passaram batidos por mim e levaram os Smiths com eles.

Sinto em nome de nós, que nascemos na época errada e temos que nos contentar com os fantasmas ao redor da vitrola.


Continuem sonhando com suas trilhas sonoras
- @JessyMcLovin

quarta-feira, 19 de setembro de 2012

Bobby McGee

The boy's a time bomb

Drunk by Ed Sheeran on Grooveshark


Ele reclamava da rotina, mas já não sei dizer se tinha medo dela. Sobreviver a dias iguais não era o seu forte. 
Queria barulho o tempo todo, queria shows do The Clash, mas nascerá na época errada. 
Podia passar pelas mesmas ruas todos os dias, mas cada vez passava diferente. 

Roupas rasgadas e tênis sujos, cabelo desarrumado e o copo sempre cheio. Nos dias que não haviam festas o mundo parecia mais sério. 

Vivia sem sequência e sempre estava em algum lugar diferente. Não entendia como a vida conseguia seguir por tantos anos com os dias sendo os mesmos.

Pelos dias de calor não tinha muito apreço e nem gostava de ficar muito tempo em casa. Passava mais tempo fora do que conseguia calcular.


Queria fazer tantas coisas, talvez até escalar uma montanha ou chegar ao fundo do mar. Queria viver a vida como se ela fosse acabar a qualquer momento, mas que de algum jeito durasse para sempre. 

Todos os dias acordava cedo para trabalhar, mas se segurava na esperança de um dia ter a mesma coragem que Alexander Supertramp teve, mas sem o final triste. 

Ele podia se passar por só mais um, mas jamais seria igual. 
Sentia saudade do que nunca viveu e dos lugares onde nunca foi.
Teria dançado na lama do Woodstock e cantado ao som de Jimi Hendrix se a chance lhe tivesse sido dada, mas sua idade só lhe permitiu a nostalgia dos lugares onde sonhou muitas vezes estar.


Ele era assim, tão previsível quanto a tempestade por chegar.
Você dificilmente iria cruzar com ele por seus caminhos, mas de algum jeito iria conhece-lo.

The boy comes and go. Se desse sorte teria uma boa trilha sonora ou dias sem assunto. 
Se desse azar, pelo menos ele nunca prometeu ficar.



Ele fazia piadas sem nem te conhecer e sempre oferecia uma cerveja. Você acabaria por se identificar mesmo sem ter nada em comum e discordar tendo o mesmo ponto de vista.

Aqui jaz a calmaria e lá ainda vive o garoto bomba relógio.



Jessy McLovin

segunda-feira, 3 de setembro de 2012

Into The Wild

Such is the way of the world
You can never know
Just where to put all your faith and how will it grow

Rise by Eddie Vedder on Grooveshark


Eu acho que não nasci pra vivenciar mudanças, embora faça parte delas.

Até ontem eu ainda tinha meu avô, um corpo sem tatuagens, um cabelo da cor natural, irmãos solteiros, muitos amigos e só precisava me preocupar em não repetir de ano e não perder nenhum episódio de Dragon Ball Z.

Hoje as preocupações aumentaram, as contas chegam em meu nome, não tenho mais um avô pra chamar de meu, sobrinhos correndo atrás de mim e apertando meu nariz, amigos que posso contar em uma única mão, um trabalho me esperando no começo do dia e mais tatuagens do que gostaria de admitir.

Nós sempre reclamamos que nada muda, que por maior que seja o esforço que você faz, tudo permanecesse sempre igual. Porém se você olha para trás nada está onde você deixou.
Amigos, família, emprego, aquele amor...


Antes havia tempo para tudo e todos conseguiam se encontrar. Hoje você precisar procurar um horário na agenda até para ouvir aquele disco novo que você comprou há meses. 
De repente não se tem mais assunto, não se anda mais pelas ruas que antes faziam parte do seu caminho, não se encontra mais as pessoas que antes faziam parte da sua vida. 
A foto que ontem era atual, hoje é velha. Os amigos que antes não tinham nem barba, hoje já tem filhos. 

Ainda não consegui entender a parte boa do tempo. Eles nos afasta, nos envelhece, nos tira uns dos outros, leva embora quem a gente quer que fique, estraga as nossas coisas bonitas. 
Talvez eu precise de tempo para descobrir sua beleza. 

Quando você para um pouco, para lembrar das coisas que se passaram, aquela memória linda, daquela noite bonita de lua na praia, você descobre que se passou um ano, talvez dois. 
Você lembra daquele amigo que tem saudade e descobre que fazem dez anos que não se veem. 
Aquela música que era a sua favorita, hoje soa engraçada e você se pergunta como conseguia gostar tanto dela.

Aquele amor do jardim de infância, do colégio, hoje só é parte de uma lembrança meio quebrada, meio turva.

Você acaba se tornando nostálgico mesmo sem querer. Porque as melhores coisas da vida já passaram. 
Novas aventuras virão e em breve essas novas já não serão mais tão novas e você as colocará na prateleira do que foi bom. 

O que é ruim a gente esquece. 
Acho que essa é a uma das partes boas do tempo. Ele se encarrega da responsabilidade de levar embora o que é ruim. 
Lembramos tanto do ruim, que quando tentamos lembrar de novo já se tornou tão incerto que você se pergunta como aquilo realmente aconteceu. 
O tempo guarda em sua caixinha todas as partes terríveis e promete só abrir de novo se você pedir. 

Eu me pergunto quase todos os dias como vim parar aqui, no dia de hoje, sendo como sou. 
Pois o planejado ficou só no papel. 
A felicidade vem e vai e quem importa sempre fica. A conta no banco continua ruim e a criatividade também. 
Ainda preciso da minha mãe para conseguir dormir toda vez que fico doente e meu pai ainda briga comigo por eu não saber dirigir. 
Ainda não sei assoviar, nem andar de bicicleta. 
Ainda choro de saudades do meus avós e ainda tenho a parede cheia de posteres. 
O rg continua dizendo que estou aumentando minha idade, minha cabeça continua velha e meu coração continua sendo da década que passou antes de eu nascer, meus sonhos continuam quase os mesmos e as ideias ainda teimam em nascer. 

Talvez nosso erro seja pedir demais por dias novos e diferentes, quando o que mais precisamos são dias exatamente iguais. 




- Jessy McLovin

terça-feira, 26 de junho de 2012

But I know I'll see your face again

Para: O cara inconsequente que insiste em ser incrível.

The Drugs Don't Work by The Verve on Grooveshark


Tenho vontade de te salvar.

Te salvar de você mesmo, desses dias que te engolem.
Fazer pra você andar em cima um caminho de tijolos amarelos para que nunca se perca.
Queria trazer sol para os seus dias, só para levar essa nuvem que te cobre embora.

Queria te mostrar para todo o mundo e te levar para longe. Encher sua cabeça das coisas mais bobas que alguém possa inventar, assim você pensaria menos.

Queria que a vida fosse mais colorida e menos triste e que sua maior viagem fosse em um avião para aquele país que um dia fizemos planos de ir.

Queria que você tivesse mais motivos para fazer a coisa certa e que pensasse mais no amanhã ou que segurasse minha mão antes de pular.

Queria prender teus pés no chão, mas jamais te impedir de voar.

Queria que a brisa que batesse em você fosse a do mar.

Queria que você desenhasse mais no papel e menos na pele.

Queria saber que posso acordar pela manhã sem o medo de você não estar mais lá.

Queria que você se importasse.



- Jessy McLovin

segunda-feira, 25 de junho de 2012

extra pillow.


porque somos um pseudo-casal. 

Somos cúmplices. Dividimos uma cama de solteiro, a conta do bar e histórias. Gostamos de cachecóis, filmes do Tarantino, tatuagens e Coldplay. Enquanto eu cozinho, você escolhe alguma música pra escutarmos – e às vezes, acaba escolhendo aquela música que eu tenho tatuado – e seu frango empanado é melhor que o da Palmirinha.
Ouvimos Metallica e Lana del Rey (sem vergonha) e quando estamos bêbados (ou apenas felizes demais) cantamos algum sertanejo. Dançamos na cozinha, no bar e rolamos pela cama de solteiro. Você é o melhor nos dardos e eu a melhor no twister. Brigamos e muito, e sabemos que sem brigas não teria graça.
Nossas próprias piadas, nossas manias e nossa rotina, que nunca é chata. Nossos maços de cigarros, nossas risadas que são únicas e as histórias que você conta que sempre são engraçadas ou com um final muito doido.  Meu falatório que ou te irrita ou te faz morrer de rir. O modo como cuidamos um do outro quando a gripe ataca, como nos abraçamos e ah... Como nos beijamos. Tudo é único. Somos únicos, arianos, eu santista e você são paulino.
Seu cabelo (lindo, é claro) que sempre sofre quando invento de fazer uma trança, meus cílios que você ama, suas costas bonitas e minhas pernas bonitas. Sua barba ruiva e meu cabelo enorme.
Você não finge gostar de alguma coisa só porque eu gosto, e eu não finjo interesse quando você passa horas e horas vendo lutas anteriores do UFC.  Madrugadas em claro conversando sobre as coisas mais íntimas de nossas vidas, a força que você me deu quando minha vó foi operada e o apoio que te dei quando você quis mudar de país.
Gosto da sua polo cinza e de como as cores combinam com você. Você gosta quando uso salto e da minha camiseta verde da Marvel, que eu nunca vou usar porque é verde.  Gosto da sua família e das suas cachorras, você gosta da minha família e do meu primo de 4 anos que acredita que é o batman (ou babão, no inglês dele). Tudo funciona muito bem entre nós, na cama, na cozinha e até comendo sushi com você me ensinando a usar aqueles palitinhos.
Temos medo de fantasmas, principalmente depois de ver “Atividade Paranormal 3” no cinema e ficarmos sozinhos no apartamento. Você não tem medo de bicho algum, eu por outro lado, faço escândalo quando vejo uma barata. (Em um apocalipse zumbi você seria o herói).
Somos insuportáveis, teimosos e preguiçosos, mas sabemos ouvir e ajudar, sempre. Nossas conversas sobre filmes, seriados e música (confesso que adoro quando você me elogia dizendo que entendo muito de cinema e música , mas você entende mais de Game of Thrones do que eu).
A maneira como você me apresentou para todos seus amigos, a maneira como você segura minha mão e como se preocupa com minha saúde.  Não falamos sobre política, mas temos a mesma opinião.  Eu não sei andar de bicicleta e você não sabe nadar. Bebemos muito, comemos muito e odiamos acordar cedo.  E falamos ‘eu te amo’ em situações inusitadas, choramos (eu mais, é claro), dormimos abraçados e acordamos com os cabelos em pé. Mesmos sonhos e planos. Terça-feira é o nosso dia predileto da semana, assim como lasanha está para comida predileta e cerveja para bebida predileta.
O final de semana mais bonito na cidade que dá pra ver o mar mediterrâneo, a última manhã de 2011 deitados no sofá, assistindo “O Chamado”. O primeiro eu te amo de 2012, primeiro beijo e primeiro sorriso.
E continuamos juntos, mesmo enfrentando um oceano de distancia. Amar é isso, é sentir saudade e ao mesmo tempo sentir a presença um do outro, é chorar lendo uma declaração via facebook, é falar eu te amo todas as noites baixinho pro travesseiro extra que está na nossa cama de solteiro.
Amamos o que somos e o que temos. Somos únicos, cúmplices e existimos.

p.s. GIGANTESCO da narradora:
“Ninguém ama outra pessoa porque ela é educada, veste-se bem e é fã do Caetano... Isso são só referenciais. Ama-se pelo cheiro, pelo mistério, pela paz que o outro lhe dá, ou pelo tormento que provoca. Ama-se pelo tom de voz, pela maneira que os olhos piscam, pela fragilidade que se revela quando menos se espera. (...)Você adora brigar com ela e ela adora implicar com você. Isso tem nome(...).
O Jabor escreveu uma crônica sobre nós (sem pedir, obviamente).

Estou feliz, sorrindo banguela pra todo mundo. E esperando você com meu vestido de leopardos (que pra mim, continuam sendo dinossauros), com as pernocas de fora e com cerveja na geladeira. 

We can do anything,
Priii (sim, eu voltei).









terça-feira, 19 de junho de 2012

Forever Analisando

Era uma vez um... 
Um lugarzinho no meio do nada, com sabor de chocolate e... oh wait! Não era assim que eu ia começar...
AAAANNNYYWWAYYYYY



Bad Moon Risin' by Creedence Clearwater Revival on Grooveshark



Esse até que é um assunto batido, mas não custa nada falar de novo, já que esse infeliz está sempre por perto.

Não só eu, como pessoas que conheço tem o mesmo questionamento...


O que é essa necessidade de ter uma pessoa contigo o tempo todo?
Sei que não é de proposito, afinal a gente já nasce com esse botão preso no automático.

É até feio sair sozinho por ai. Ir no cinema all by yourself então é o mesmo que você dizer que é um adorador do coiso ruim.
Mas por que?

Porque oficialmente, segundo as leis da sociedade (essa bela biscate), você não pode estar sozinho. Pois estar sozinho é sinônimo de...



Porque não, você não está sozinho por opção e sim porque o mundo te despreza. 
Mas poxa vida, não cansa quando chega o fim de semana e o seu tio vem perguntar: 

- IUSNAMORADU? JÁARRUMÔALGUM? 


Se você responde não, com certeza em algum momento daquele dia vai se arrepender de ter nascido.


A pressão de ter uma companhia vem de todos os lados. Família, amigos, trabalho... sob o seguinte argumento: 'Você precisa aproveitar a vida'
É possível aproveitar a vida com um playstation ou com os mesmos amigos de sempre.
Mas se você fizer tudo isso sem um par romântico perde a validade?

Na época da minha avó, pegar na mão da pessoa já era considerado desonra. Então como ela conseguiu sobreviver tantos anos antes de se casar?  
Porque se eu bem me lembro ninguém nunca morreu de foreveralonismo.
A ideia é: Esteja em um relacionamento, bom ou ruim. 

É obvio que é bacana ter uma companhia, ninguém nunca disse que não era. Pra falar besteiras, dividir segredos, jogar videogame junto e andar pela cidade. Mas isso também não é uma obrigação. 
Não é feio fazer as coisas sozinho, não é pecado.

Ok, não estou certa por esperar que o Doc Who apareça na minha porta de madrugada me chamando para uma de suas aventuras, mas também não está certo quem pensa que para achar uma boa companhia tem que sair pegando a sapucaí inteira como teste.

Então a menos que você seja a pessoa ideal que alguém esta procurando ou como diz a Zooey "Piece of thepuzzleyou're my missing part", não vejo porque encher o saco dos outros.


Enrolei tanto que acabei por não falar o que queria.
Eu realmente acho que se sentir solitário é natural e raiva do amor alheio em publico também é (por amor eu digo uma pegação muito bizonha e por público eu digo o trem/metro).
Não é o fim do mundo querer alguém e não achar, mas também não é o verdadeiro apocalipse zumbi querer ficar sozinho.
Porque existe um Grand Canyon entre sozinho e solitário.


Os tios sempre serão os mesmos chatos, isso não dá pra mudar. A sociedade... blah!
E se você é um foreveralone, pelo menos espero que seja um...





P.S da autora:
Mas pelo amor de Deus, não façam como ela!



- Jessy McAlone
DIGO!! Jessy McLovin

créditos do tema para a Carol Bizzi

sexta-feira, 4 de maio de 2012

Na parede da memória essa lembrança é o quadro que dói mais

A gente cresce sem saber o que é o amor incondicional. Dizem que ele só vem quando se tem um filho.

Só vemos aquele amor dos filmes, onde pessoas se gostam, ficam juntas e vivem felizes para sempre.

Mas o que é gostar de alguém a ponto de passar por cima de tudo e todos? A ponto de desistir de fortuna, mansões, fama, amores e conforto, tudo em nome daquela pessoa? (Isso é uma suposição ok? Porque nem sou rica, minha casa só tem 2 quartos, não sou famosa, não tenho nenhum macho pra chamar de meu e a coisa mais confortável que tenho é o puff da minha sala!)

Amor incondicional se autodefine, você se sente completo quando o sente e sente que tudo vale a pena, mesmo quando nada mais vale. É um amor tão grande que você tem medo de contar para o mundo e sentirem inveja dele e de algum modo tirar aquilo de você. Amor que marca seu coração, sua pele, sua vida.

Tem gente que ama gente. Tem gente que ama bicho. Tem gente que ama coisas. Tem gente que ama lugares.

Sou daquele tipo de gente que ama gente, mas também amo coisas. Tem dia que ouço músicas que me fazem lembrar de gente que amo e dos lugares para onde fomos. Dos dias que passamos juntos e que nada mais importava.

O amor verdadeiro aumenta a cada dia e você nem precisa se esforçar pra isso acontecer. Ele vem junto com a amizade, com a felicidade, com o conforto e o bem-estar, porque só de estar perto daquela pessoa tudo se faz mais simples. A vida deixa de ser complicada, mesmo que por um curto período de tempo.

Pena que as vezes a gente cresce, ganha emprego, perde tempo, se perde no caminho, se perde nas horas, se perde nos dias, tem vontade de voltar, mas ai lembra que tem outro lugar pra estar, se separa de quem não pode e se une a quem não devo, apena como um jeito de levar a vida.


Sinto saudade de acordar cedo e encontrar meus irmãos em casa. Sinto saudade de quando dava 17h00 e sentava no sofá só para ficar com a minha irmã enquanto ela assistia 'Malhação' (na época em que ainda era legal). Sinto falta de ouvir a música de abertura do Thundercats na época da reprise vinda da sala porque era a hora que meus irmãos acordavam para ir para o trabalho.
Sinto saudade de ser acordada pela mãe todas as manhãs com um copo de vitamina.
Sinto falta da minha melhor amiga morando comigo e me fazendo companhia.
Mas a gente cresce e a vida muda e faz de tudo para se adaptar e sempre achamos um tempinho pra fazer uma maratona de Back To The Future.



















Texto para a minha irmã, que cresceu, virou adulta  e me ensinou a verdade sobre o amor incondicional na forma de uma pessoinha, enquanto eu continuo criança

- Jessy McLovin

segunda-feira, 23 de abril de 2012

Errata aos nossos dias de glória

Texto pessoal e intransferível.

Para: O cara daltônico que gosta de Bob Dylan
Looking' Out My Back Door by Creedence Clearwater Revival on Grooveshark



Por inúmeras vezes jurei pra mim mesma não escrever sobre você. E é o que tenho feito por muito tempo. 
Você pode até não ter saído da minha cabeça, quando me pego distraída lembrando dos nossos dias, mas não escrever sobre tudo isso torna a coisa toda menos real, como um sonho distante e turvo.

A verdade é que, apesar de tudo você não foi esquecível e acho que nunca será. (Essa frase em especial já escrevi pelo menos 20 vezes antes de aparecer aqui.)

Por muitas vezes sinto saudade do tempo em que te via sempre e as noites eram regadas de random talk, simplesmente pelo fato de que nos dávamos bem.

Ontem e anteontem lembrei de você, depois de muito tempo sem a sua imagem cruzar minha mente. Eu estava no trabalho, no backstage do show do Bob Dylan, um lugar onde quase ninguém tem permissão de ir e ele passou na minha frente e parou pra tomar um café, usando aquela toquinha de prache. Na hora peguei o celular pra te ligar e te contar o que estava acontecendo e como estava feliz com tudo aquilo, mas ai lembrei que não nos falamos mais. Primeiro por sua culpa, segundo por minha culpa (mas acredite, eu tive um bom motivo).
E quando os portões se abriram para o publico entrar e eu estava no meu lugar, encontrei tantas pessoas conhecidas e você não estava no meio delas, mas por algum motivo senti que você estava sentado lá, assistindo ao mesmo show que eu.

Tivemos dias bons até onde consigo lembrar e nunca esqueço a primeira vez que falei com você e das musicas que ouvimos. 
Mas também não dá pra esquecer a parte ruim. Afinal, acho que a vida não é vida se não tiver um lado ruim, desse jeito as partes boas valem muito mais a pena.



Depois de você Bob Dylan virou trila sonora mental e marca registrada dos dias que se passaram.
Acho que sempre vou sentir sua falta e das noites ao som de gaitas, mas essa é uma das coisas que já me acostumei a conviver. A sua não presença que sempre se fez presente.



Então até um dia Dylan boy, quando as desventuras não nos rodearem mais, as circunstancias foram favoráveis e o vento soprar para o lado certo.
Jessy McLovin.

quinta-feira, 15 de março de 2012

Everyday Is Like Sunday

Texto da Carolina Bizzi 


Prefiro eu ser pessimista e me surpreender vez em quando a ser otimista e me frustrar todo o tempo. O corpo procura remédio para a alma em formato de cápsulas baratas e a alma encontra descanso num efeito placebo. Tudo volta pior no dia seguinte. Mais um dia, mais uma memória pra aumentar o histórico incongruente.
Não sinto muito por tudo isso. Sinto por tudo que ainda me faço passar. Passo por cima das minhas intenções e realizo as querências daquilo que é resto do que não congelou. Talvez eu ainda sinta algo, da mesma forma que alguém ainda sente que o errado é o correto e troca o certo pelo duvidoso.

Imaginando o inimaginável e inalcançável do pobre obscuro atordoado. Indecifrável e sempre alheio. Me mantem à deriva, aguardando por qualquer suspiro de existência ou de boa nova.
De vez em quando a cúpula de gelo responsável por bombear o sangue frio cospe coisas agradáveis às vistas, numa tentativa exacerbada de não explodir para todos os lados com seu conteúdo indecifrado. Quem sabe assim ela, a bomba, possa se fazer compreendida e não ser uma forasteira em terras recém-descobertas inapropriadamente.

Meu eu não o quis. A alma implorou por um meio sorriso. E não me surpreende tudo ter durado uma fração de segundo aos cansados olhos humanos. A cúpula gelada não enxerga (nem sente). A mente vivifica e remoe.

Tudo é encaminhado ao mesmo sistema automático. Acordar, esquecer, prosseguir. 

domingo, 4 de março de 2012

quite right too

- My love for them was too much not to care.



Como eu poderia imaginar que minha vida mudaria tanto se você não me deu nenhum sinal de que permaneceria nela? 
Sempre com pressa. 
Sempre rindo das possibilidades. 
Sempre outro lugar onde precisava estar. 


Por tantas vezes me salvou do impossível, me manteve viva quando tudo parecia perdido. 
Ao seu lado deixei de ter medo da morte, pois passei a me sentir viva. 



Percebi o quão pequeno o mundo era no dia em que você me mostrou o modo como vivia.
Eu soube no primeiro instante que jamais seria a mesma. Não sem você ao meu lado. 
Por mais que a vida me chamasse de volta a aqueles dias que um dia vivi, jamais abriria mão daquilo que construímos.




Por muitas vezes tentei te ensinar a dançar, para celebramos mais um dia de alegria. Mas com a sua falta de jeito as lições nunca chegaram muito longe. 
Cantamos, rimos, sonhamos juntos, contamos histórias e fizemos história. 
Um mundo infinito de possibilidades. 

Onde e quando não importava, desde que estivéssemos juntos.


Deixar tudo para trás nem foi difícil, pois você vinha logo a frente. E felicidade se tornou uma palavra real. 
Não sei dizer quanto tempo ficamos juntos, pois para mim não passou de um minuto. 
Acho que a eternidade teve seu significado diminuído diante a minha vontade de permanecer com você.



Mas uma força maior nos separou. 
Estou em um lugar onde você não pode chegar. E não sei mais por onde você anda. 
Ainda sonho com sua voz me chamando ao seu encontro. Ainda que para um ultima despedida. 
E o choro se tornou um amigo próximo. 

A vida sem você não tem graça. É só uma sequencia de fatos irrelevantes. 
Dos mundos que você me mostrou só restaram a memoria e a sombra da felicidade daqueles dias. 
Hoje já não sou mais a mesma. Não aquela do começo que todos conheciam. 
Sou como você me viu pela ultima vez. Fiz questão de não mudar para se um dia você passar por mim, conseguir me reconhecer. 
Mas não se demore. Pois agora a eternidade parece impossível. E o impossível sem você é realmente impossível. 
Estou no mesmo lugar, vivendo a mesma vida. 
Você sabe onde estou. 
Irei te esperar até o tempo dizer que não posso mais. E ainda assim vou lutar contra ele e esperar mais um pouco. 
Mesmo com a tristeza me acompanhando para onde quer que vá, sinto que você está comigo.






P.S. da autora: Esse é um texto em homenagem ao episodio 14 da 2ª temporada do Doctor Who, "Doomsday"
He burned up a sun just to say good bye.
- Jessy McLovin

segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

A culpa é da Beyoncé

Desde muito jovem entrei para o mundo de Nick Hornby. 

Pra quem não conhece Nick Hornby é esse cara aqui...........................
Tem uma história de vida muito bacana, autor de muitos livros legais como About a Boy, que virou filme com o título em português: Um Grande Garoto


Aahhhhh me perdi no assunto. Mas pra facilitar, quem quiser saber mais sobre, a Wikipédia é bem rica sobre a vida dele.
Enfim...
O que Nick Hornby tem a ver com o que vim falar aqui? Simples! Ele é autor do meu livro favorito entre todos, que acabou virando filme e consequentemente meu filme favorito entre todos (tirando as sequências é claro, porque ai fico dividida entre Star Wars, Back To The Future, Indiana Jones e por ai vai...)

High Fidelity é uma estória extremamente musical (não é um musical, só tem muitas referencias de musica) sobre a vida, relacionamentos, conflitos internos e mais um monte de coisa... Sem contar que tem o Jack Black cantando Marvin Gaye.
E uma frase em especial de Rob Gordon sempre me chamou a atenção:

- What came first, the music or the misery? 
People worry about kids playing with guns, or watching violent videos, that some sort of culture of violence will take them over. Nobody worries about kids listening to thousands, literally thousands of songs about heartbreak, rejection, pain, misery and loss. 
Did I listen to pop music because I was miserable? Or was I miserable because I listened to pop music?

Traduzindo...
- O que veio primeiro, a música ou a miséria? 
Pessoas se preocupam com crianças brincando com armas, ou assistindo vídeos violentos, que algum tipo de cultura da violência vai levá-los mais. Ninguém se preocupa com crianças escutando milhares,literalmente milhares de canções sobre desilusões, rejeição, dor, miséria e perda. 
Eu escutava música pop porque era infeliz? Ou eu era infeliz porque escutava música pop?


Agora vem o meu questionamento: Música pop realmente nos torna infeliz?
E a resposta é: Sim! E a culpa é toda da Beyoncé!

Claro, não só dela, mas da Katy Perry também e de algumas outras.
E isso é muito simples.

Beyoncé fatura 35 milhões de dólares por ano, tem um corpo que nem a infeliz da Afrodite provavelmente tinha, é casada com Jay-Z que fatura 37 milhões de dólares por ano, é um dos rappers mais influentes da atualidade, praticamente até o papa quer fazer parceria com ele pra lançar um single e por ai vai... e tudo isso como? Cantando sobre coração partido, sobre o que ela faria se fosse um homem, porque homens não entendem as coisas e blablabla. 
Mas como ela pode saber de tudo isso tendo essa vida tão perfeita? Simples!
Porque do outro lado do rádio tem um bando de fodidas ouvindo as músicas e pensando aos prantos: "Ela me entende!"
Bom minhas caras... sinto em dizer... mas ela não entende porcaria nenhuma! 

Bridget Jones sim nos entende. A vida dela é um caos. Quando está triste come, quando está feliz bebe, canta super desafinada, tem poucos amigos, só se dá mal quando tenta se dar bem. E depois de muito tempo e muito sofrimento mesmo é que ela fica com cara. 
Um triste retrato da realidade. 

Porque convenhamos, se os homens acham que é assim que ficamos quanto estamos tristes... 

Sinto muito estragar a alegria de vocês, porque na realidade é mais ou menos assim ó: 


Quando eu era mais jovem queria ser igual a Avril Lavigne. Cheguei até a pintar as unhas como ela. Mas eu não era LYMDA, LOYRA E RYCA. Eu só era uma adolescente com o cabelo feio, sem um puto no bolso
e sofrendo por gostar de quem nem sabia que eu existia.
Mas ai eu ouvia as músicas dela e pensava: Poxa, ela passa pelas mesmas coisas que eu.
Só depois eu descobri que não era bem assim e o que ela cantava valia pra metade da nação adolescente.
Porque é isso o que vale não é?
Fazer música que serve pra qualquer um e todos? Vender tanto cd a ponto de fazer igual a vovó do frajola?

É como diz a música (de uma banda que eu não gosto, mas a ideia é legal):

" E se eu bombar meu site na internet você vai me amar.
Vou tocar no teu rádio até você cansar. E na TV vou estar, serei teu vício

E eu já choro até e se não tiver letra é só cantar yeah yeah
Se faltar conteúdo, vai sobrar mulher. Sou inútil, mas não sou um qualquer.Você vai querer estar comigo" 


O mundo da música é very tricky. Se você não se cuidar quando menos perceber já terá sofrido uma lavagem cerebral. 
As pessoas pensam que não, mas a coisa é séria. O tal do "Ai se eu te pego" é igual o T-Vírus, ele entra em você e não sai mais. Quando vê já esta arrumando a casa e cantarolando a música desse infeliz.

Porque a música querendo ou não faz parte de nós.
Por exemplo: Quando eu estou triste e tal, costumo ouvir Jaymay

A letra de 'Gray or Blue' é sensacional. Mas como todo artista, Jaymay escreveu essa música pra alguém e frases como: "You haven't written to me in a week, I'm wondering why that is. Are you too nervous to be lovers. Friendships ruined with just one kiss", não fazem muito sentido, porque não tem ninguém que não me escreve há uma semana e que eu me lembre não fiquei com nenhum amigo pra estragar uma amizade. Então por que eu me identifico tanto com essa música? 
Ué, sei lá. Essa é a graça de ouvir música, ela acaba fazendo parte de você mesmo sem um porque, mesmo sem fazer sentido ou se conectar com a sua vida.


Mas ainda não falei da parte mais perigosa de todas. 
Aquele momento estranho quando você ouve uma música e automaticamente lembra de alguém. E lembra que essa pessoa ferrou com a sua vida um dia, ai lembra o porque você não ouvia mais aquela música e lembra porque odeia a pessoa e se pergunta por que papai noel não te deu aquela bazuca de natal...

Deixar alguém entrar no seu mundo musical é algo muito sério. Principalmente se entrar na sua lista de favoritos. 
Um dia você vai mexer nos seus discos, cds, arquivos de mp3 e vai ter vontade de queimar tudo, porque aquelas músicas te lembram alguém.
Eu poderia citar uma lista enormes de musicas que foram estragadas pra mim.
Mas vou ficar só com alguns clássicos (e todo mundo sabe que não se pode arruinar clássicos):

- Bob Dylan - The Man In Me
The Man in Me by Bob Dylan on Grooveshark

- The Beatles - Here Comes The Sun (vou deixar essa versão bonitinha do Belle And Sebastian porque eu simplesmente não consigo ouvir mais Beatles, nem de brincadeirinha. Não importa qual música seja)
Here Comes the Sun by Belle and Sebastian on Grooveshark

- Keane - Crystal Ball (veja bem, brincaram com Keane e isso não se faz)
Crystal Ball by Keane on Grooveshark

- Janis Joplin - Me And Bobby McGee
Me And Bobby McGee (Album Version) by Janis Joplin on Grooveshark

Para não citar várias do Oasis, outras do Bob Dylan, praticamente todas do Rooney, algumas do Jet e por ai vai...


Então meus caros, xinguem minha mãe, batam no meu cachorro, engravidem minha melhor amiga, andem de mãos dadas na minha frente, façam um filme juntos, se peguem no Big Brother Brasil, façam um musical da Broadway ou uma participação no Glee, eu não importo. Só porque favor, deixem minhas músicas em paz.
Grata,
Jessy McLovin