segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

A culpa é da Beyoncé

Desde muito jovem entrei para o mundo de Nick Hornby. 

Pra quem não conhece Nick Hornby é esse cara aqui...........................
Tem uma história de vida muito bacana, autor de muitos livros legais como About a Boy, que virou filme com o título em português: Um Grande Garoto


Aahhhhh me perdi no assunto. Mas pra facilitar, quem quiser saber mais sobre, a Wikipédia é bem rica sobre a vida dele.
Enfim...
O que Nick Hornby tem a ver com o que vim falar aqui? Simples! Ele é autor do meu livro favorito entre todos, que acabou virando filme e consequentemente meu filme favorito entre todos (tirando as sequências é claro, porque ai fico dividida entre Star Wars, Back To The Future, Indiana Jones e por ai vai...)

High Fidelity é uma estória extremamente musical (não é um musical, só tem muitas referencias de musica) sobre a vida, relacionamentos, conflitos internos e mais um monte de coisa... Sem contar que tem o Jack Black cantando Marvin Gaye.
E uma frase em especial de Rob Gordon sempre me chamou a atenção:

- What came first, the music or the misery? 
People worry about kids playing with guns, or watching violent videos, that some sort of culture of violence will take them over. Nobody worries about kids listening to thousands, literally thousands of songs about heartbreak, rejection, pain, misery and loss. 
Did I listen to pop music because I was miserable? Or was I miserable because I listened to pop music?

Traduzindo...
- O que veio primeiro, a música ou a miséria? 
Pessoas se preocupam com crianças brincando com armas, ou assistindo vídeos violentos, que algum tipo de cultura da violência vai levá-los mais. Ninguém se preocupa com crianças escutando milhares,literalmente milhares de canções sobre desilusões, rejeição, dor, miséria e perda. 
Eu escutava música pop porque era infeliz? Ou eu era infeliz porque escutava música pop?


Agora vem o meu questionamento: Música pop realmente nos torna infeliz?
E a resposta é: Sim! E a culpa é toda da Beyoncé!

Claro, não só dela, mas da Katy Perry também e de algumas outras.
E isso é muito simples.

Beyoncé fatura 35 milhões de dólares por ano, tem um corpo que nem a infeliz da Afrodite provavelmente tinha, é casada com Jay-Z que fatura 37 milhões de dólares por ano, é um dos rappers mais influentes da atualidade, praticamente até o papa quer fazer parceria com ele pra lançar um single e por ai vai... e tudo isso como? Cantando sobre coração partido, sobre o que ela faria se fosse um homem, porque homens não entendem as coisas e blablabla. 
Mas como ela pode saber de tudo isso tendo essa vida tão perfeita? Simples!
Porque do outro lado do rádio tem um bando de fodidas ouvindo as músicas e pensando aos prantos: "Ela me entende!"
Bom minhas caras... sinto em dizer... mas ela não entende porcaria nenhuma! 

Bridget Jones sim nos entende. A vida dela é um caos. Quando está triste come, quando está feliz bebe, canta super desafinada, tem poucos amigos, só se dá mal quando tenta se dar bem. E depois de muito tempo e muito sofrimento mesmo é que ela fica com cara. 
Um triste retrato da realidade. 

Porque convenhamos, se os homens acham que é assim que ficamos quanto estamos tristes... 

Sinto muito estragar a alegria de vocês, porque na realidade é mais ou menos assim ó: 


Quando eu era mais jovem queria ser igual a Avril Lavigne. Cheguei até a pintar as unhas como ela. Mas eu não era LYMDA, LOYRA E RYCA. Eu só era uma adolescente com o cabelo feio, sem um puto no bolso
e sofrendo por gostar de quem nem sabia que eu existia.
Mas ai eu ouvia as músicas dela e pensava: Poxa, ela passa pelas mesmas coisas que eu.
Só depois eu descobri que não era bem assim e o que ela cantava valia pra metade da nação adolescente.
Porque é isso o que vale não é?
Fazer música que serve pra qualquer um e todos? Vender tanto cd a ponto de fazer igual a vovó do frajola?

É como diz a música (de uma banda que eu não gosto, mas a ideia é legal):

" E se eu bombar meu site na internet você vai me amar.
Vou tocar no teu rádio até você cansar. E na TV vou estar, serei teu vício

E eu já choro até e se não tiver letra é só cantar yeah yeah
Se faltar conteúdo, vai sobrar mulher. Sou inútil, mas não sou um qualquer.Você vai querer estar comigo" 


O mundo da música é very tricky. Se você não se cuidar quando menos perceber já terá sofrido uma lavagem cerebral. 
As pessoas pensam que não, mas a coisa é séria. O tal do "Ai se eu te pego" é igual o T-Vírus, ele entra em você e não sai mais. Quando vê já esta arrumando a casa e cantarolando a música desse infeliz.

Porque a música querendo ou não faz parte de nós.
Por exemplo: Quando eu estou triste e tal, costumo ouvir Jaymay

A letra de 'Gray or Blue' é sensacional. Mas como todo artista, Jaymay escreveu essa música pra alguém e frases como: "You haven't written to me in a week, I'm wondering why that is. Are you too nervous to be lovers. Friendships ruined with just one kiss", não fazem muito sentido, porque não tem ninguém que não me escreve há uma semana e que eu me lembre não fiquei com nenhum amigo pra estragar uma amizade. Então por que eu me identifico tanto com essa música? 
Ué, sei lá. Essa é a graça de ouvir música, ela acaba fazendo parte de você mesmo sem um porque, mesmo sem fazer sentido ou se conectar com a sua vida.


Mas ainda não falei da parte mais perigosa de todas. 
Aquele momento estranho quando você ouve uma música e automaticamente lembra de alguém. E lembra que essa pessoa ferrou com a sua vida um dia, ai lembra o porque você não ouvia mais aquela música e lembra porque odeia a pessoa e se pergunta por que papai noel não te deu aquela bazuca de natal...

Deixar alguém entrar no seu mundo musical é algo muito sério. Principalmente se entrar na sua lista de favoritos. 
Um dia você vai mexer nos seus discos, cds, arquivos de mp3 e vai ter vontade de queimar tudo, porque aquelas músicas te lembram alguém.
Eu poderia citar uma lista enormes de musicas que foram estragadas pra mim.
Mas vou ficar só com alguns clássicos (e todo mundo sabe que não se pode arruinar clássicos):

- Bob Dylan - The Man In Me
The Man in Me by Bob Dylan on Grooveshark

- The Beatles - Here Comes The Sun (vou deixar essa versão bonitinha do Belle And Sebastian porque eu simplesmente não consigo ouvir mais Beatles, nem de brincadeirinha. Não importa qual música seja)
Here Comes the Sun by Belle and Sebastian on Grooveshark

- Keane - Crystal Ball (veja bem, brincaram com Keane e isso não se faz)
Crystal Ball by Keane on Grooveshark

- Janis Joplin - Me And Bobby McGee
Me And Bobby McGee (Album Version) by Janis Joplin on Grooveshark

Para não citar várias do Oasis, outras do Bob Dylan, praticamente todas do Rooney, algumas do Jet e por ai vai...


Então meus caros, xinguem minha mãe, batam no meu cachorro, engravidem minha melhor amiga, andem de mãos dadas na minha frente, façam um filme juntos, se peguem no Big Brother Brasil, façam um musical da Broadway ou uma participação no Glee, eu não importo. Só porque favor, deixem minhas músicas em paz.
Grata,
Jessy McLovin

2 comentários:

  1. Jessy, eu adoro seus posts! Esse em especial. Muito bom. E isso de associar uma música que você gosta a alguem que você gosta é perigoso mesmo. Também deixei de ouvir várias músicas por causa disso.

    Beijos ;*

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  2. em música nossa não se mexe, né?
    ninguém merece ter que deixar de escutar coisas fodas por causa de pessoas que deixaram um estrago. :(

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