terça-feira, 9 de novembro de 2010

don't change one thing

Tomorrow's just a song away, a song away, a song away




Seus belos 17 anos desfigurados com o término de um namoro convencional (ou não, depende do ponto de vista). Ela decide naquela noite, depois daquela última ligação que vai rasgar as folhas, os livros e calar as músicas que o trouxessem de volta. Ela entra na noite fria com sua nova camiseta do Batman, gritando ao mundo que está bem.

E na verdade, ela está bem mesmo. Nunca esteve tão bem em toda a sua vida. Sem ele, ela aprende os prazeres de se estar sozinha e de ter o coração batendo regularmente. Por ora, ela não quer mais sentir o descompasso do coração. Ela quer ser um gigante, um telescópio, um pássaro ou uma onda.


Ela quer sentir o sol em sua pele, o vento em seu cabelo e sonhar com aquele garoto da praia, aquele que ela conheceu enquanto pulava as pedras daquela praia, aquele que a resgatou enquanto ela perdida estava sentada na areia pensando o que teria que sobreviver a seguir. O garoto que fazia tudo ser mais fácil. O garoto que um dia ela se viu obrigada a fechar a porta pra amar aquele que estava separado dela por estradas.


Ela é apenas uma garota de 17 anos com um grito que pode ser baixo ainda na multidão, mas por onde ela passa deixa sua essência, seus sonhos, histórias e músicas. Ela observa em silêncio e ri em voz alta, não sabe amar pela metade e muito menos aceitar uma história sem fim.


Por muitas vezes ela é apenas uma garota que sempre olha pro relógio quando os ponteiros estão parados no mesmo lugar; como se aqueles ponteiros resumissem sua vida amorosa, ela é o ponteiro grande tentando acompanhar o ponteiro pequeno, tentando acompanhar as horas e historias daquele garoto da praia. Ela é só uma garota que expressa seus sentimentos com textos escritos na última folha do caderno, rodeada de amigos ensolarados e amigos distantes. Uma garota com o quarto abarrotado de músicas e livros que ela respira todos os dias.


Por ora, ela está feliz e sem ele, pela primeira vez em quase dois anos, ela realmente gosta da distância entre os Estados. Os amigos dizem que o sorriso dela nas fotos nunca foi tão sincero e leve como agora e lá no fundo ela sente que isso é apenas o começo, que lá no fundo ela já forma um grito mais alto e que a vida começa agora, cheia de altos e baixos. E que outros sonhos surgirão, outras modas, outras musicas, outros grãos de areia. E que depois da chuva, flores lindas crescem de vez e ai vem o sol, fazer tudo ficar bem de vez. Ela quer o sol, ela quer as noites pra sair e ver as luzes da cidade maravilhosa e dançar com o vento depois de beber um shot de tequila com os amigos e depois ficar preocupada se os pais sentiram o cheiro de bebida em sua roupa.


Ela só quer continuar dando sorrisos sinceros em fotos.


Ela senta na areia da praia, cantarolando aquela música, enumerando historias bonitas que contaram a ela, jogando um pouco da bagagem emocional no mar e sorrindo ao ver as ondas quebrarem nas pedras.
Então volta pra casa, respira as palavras de seus livros e a melodia de suas músicas. E deixa a porta aberta pro garoto da praia, e fica o esperando com um bolo, chá gelado e vestido rendado.

p.s. da narradora:

pra garota que mora no lugar mais ensolarado, porque quando foi preciso nos apoiamos uma na outra pra agüentar aquela tempestade nojenta. Pra você, garota de 17 anos, que é muito parecida comigo às vezes. E essas palavras não chegam nem aos pés das que você escreve pra nós.
E ah sim! Eu não sei escrever contos. (:


here comes the sun and I say it's all right,
@PriiiG

2 comentários:

  1. um beijo pra essa menina de 17
    e pra de 18 que escreveu isso ;) haha

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  2. *_*
    Estou encantada! E ainda diz que não sabe escrever contos!


    Beijo, meninas!

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